segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Onde estamos? Para onde vamos?

Nesses últimos cinco ou seis anos diversas instituições de grande gabarito plantaram suas bases na terra do gás e do petróleo. Podemos contar: UFAM, UEA, IFAM, SESC e nesses dias o Sebrae. Todas com poder de fogo para ajudar um povo em ter uma qualidade de vida melhor.

Até agora pouco são os efeitos delas em Coari. Tanto o Ifam, como a Ufam chegaram a finalizar seus primeiros cursos e com isso temos se assim podemos dizer gente "preparada" para atuar no mercado de trabalho.

No Ifam dezenas de alunos concluíram os cursos de Arquitetura e Informática, todos jovens, e sem saber o que fazerem com o curso que fizeram. Jovens demais para disputarem um mercado de trabalho tão disputado por profissionais de longa estrada na carreira profissional. O Ifam corre o risco de ser uma instituição com um ensino médio melhorado e formar melhor os que ali estudarem; com mais condições de passarem num vestibular, que não é ruim. Mais esse não é o objetivo dele e sim, formar jovens para o primeiro emprego, para o mercado de trabalho.

Já a Ufam formou uma turma do curso de biotecnologia e nem os jovens que concluíram curso sabem o objetivo dele. A mesma coisa acontecerá com os outros cursos do nosso "Campi Coari". Minha inquietação é onde irão se encaixar os profissionais formados em enfermagem, nutrição, fisioterapia e os da área do magistério (física, química, matemática e biologia)?

O município de Coari não tem um mercado de trabalho para acomodar tamanha demanda de profissionais. Claro e espero que encontrem empregos noutras praças.

Já se vão mais de dez anos que o município é o segundo mais rico do Estado do Amazonas, ficando atrás somente de Manaus; porém nossos administradores por um lado não percebem ou não querem investir em estruturas de geração de renda e fazem caminho de distribuição de rendas, e chamarão agora de repasse de rendas; projetos totalmente eleitoreiros. Por outro lado administram pensando em si e em seus grupos, misturando o patrimônio público com o privado, chegando ao fim de 04 anos com enormes fortunas pessoais.

Agora, chega o Sebrae com o objetivo de ajudar a melhorar a formação de profissionais para o mercado de trabalho. E onde existe mercado de trabalho em Coari?

Sei que estas instituições podem ter seus esforços reconhecidos a médio e a longo prazo, isso só o tempo vai dizer. Investir em educação leva tempo para vermos os resultados.

Porém se faz necessário de uma estrutura onde ela possa ser colocada em prática. Sem um projeto para transformar o capital aprendido nas instituições, num capital capaz de gerar rendas, desanime tanto a instituição, com quem nela ficou anos para aprender o que não precisa para ganhar o pão de cada dia.

Além disso essas instituições trabalham com material pedagógico totalmente de outras regiões do Brasil. Como se isso não bastasse, a grande maioria dos professores que aí ensinam são de fora da Amazônia. Dessa forma o aluno corre o risco de ficar dois, três ou quatro anos estudando e ao fim do curso saber muito pouco do mundo onde vive.

Parece que o mundo anda de olho na Amazônia e os amazônidas com os olhos e as perspectivas de vida fora dela.

Enquanto não mudarmos os projetos de desenvolvimento e de educação para o nosso próprio mundo, da floresta, das águas não acredito muito que haverá o passo que precisamos dar para crescermos na educação, na cultura e na economia!

6 comentários:

Observador 2010 disse...

boa tarde caro padre sezinho, muito interresante sua postagem sobre essas entidades, mais o q eu gostaria de esclarecer e q, na grande maioria desses jovens que estão estudando nessas faculdades, são de outros municipios, pq os filhos da daki, ñ conseguem mais vaga com tanta gente de fora, conheço alguns são a ter da região sul, q vem mais preparados e educados, e assim ñ sobra nada p/ os despreparados do municipio então, depois q terminaram seus cursos os jovens iran retorna as suas cidades com o diploma q poderia ser d alguem de coari, e assim seguimos sem um nivél maior de conhecimento e continuamos vedendo nossas almas...

Francisco José disse...

Caro Observador,
Paz e Bem
Ótima observação. Porém o número de alunos da Ufam Coari que são de fora, foi diminuindo ano a ano.
A nova turma que entrou agora é formada em sua grande maioria por coarienses!

EMANOEL FILHO disse...

Caro padre, apenas reforço, tomando a liberdade de copiar os dois últimos parágrafos em meu comentário, que reputo, o cerne da questão:

"Parece que o mundo anda de olho na Amazônia e os amazônidas com os olhos e as perspectivas de vida fora dela.
Enquanto não mudarmos os projetos de desenvolvimento e de educação para o nosso próprio mundo, da floresta, das águas não acredito muito que haverá o passo que precisamos dar para crescermos na educação, na cultura e na economia!"

NÃO PARECE SIMPLES?

Professor ALVES de Coari/AM disse...

Padre Zezinho a UFAM/Coari-AM é o Polo da Saúde e não está formando profissionais somente para o município de Coari/AM, mas para outras comunidades. Nessa conjuntura, mesmo sendo morador de Coari/AM, as oportunidades são muitas, e para isso, basta que a pessoa formada vire empreendedor.

Parabéns aos formandos e caminhem pra frente!

Anônimo disse...

Caro padre.
bom dia
Sei que nada nessa vida e facil mais nos como sociedade tambem precisamos nos posicionar procurar melhorar como profisionais e como ser humano, precisamos nos unir igreja, iniciativa privada profissionais liberais procurar fazer projetos sociais,cooperativas,acabar com essa mentalidade de tudo vim do estado e da prefeitura, precisamos empreender para sobreviver.

Anônimo disse...

Eu estudo no Ifam e sinceramente esses professores que estão ai só querem saber do dinheiro pois só nos desestimulam, e quando não eles se engraçam de alguma aluna e no final dá pontos pra ela de graça, sem que ela tenha conseguido passar de maneira legal isso é revoltante, só continuo estudando pois não tem outra opção.
E outra a metodologia de lá não tem nada haver eu faço tecnico de informatica mais pro senhor vê eu faço tecnico de informatica e não ensinaram nem a formatar um computador estão nos ensinando programação que não tem nada haver com tecnico de informatica se eu quizesse ser programadora eu ia fazer programaçao né? eu só sei que os professores mesmo falam que só estão lá por causa do dinheiro, e a maioria é de fora, e eles falam que essa cidade não presta, então o que vieram fazer aqui?