sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nosso Cartão Postal

A foto do fotográfo Antonio Iaccovazo é a foto mais bonita do Cristo na Praça Getúlio Vargas. Um fim de tarde, já começo da noite lindo. Mostra arte e beleza ao mesmo tempo.

Os missionários católicos plantaram o Cristo nos corações dos que aqui habitavam por milhares de anos essas terras. Gente que vivia profundamente marcada pelos valores do Reino de Deus, projeto do Pai de Jesus aos homens. Infelizmente sem serem entendidos pelos missionários.

Hoje, depois de mais 500 anos as coisas parecem terem sido invertidas, muitos cristos e poucos valores humanos, cristãos e do Reino de Deus.


Quem chegar na praça no fim de tarde, principalmente num desses momentos da foto, vai ficar encantado. Mais se chegar numa manhã, se estiver saindo o pagamento do município (coisa rara), vai se vê no meio de um formigueiro humano.

Como toda Praça ela é um lugar de convivência e nem sempre as convivências se dão em clima da harmonia. E a nossa Praça onde o Cristo acolhe a todos de braços abertos, se vê cada dia mais perto de um caos que é a cara de Coari. Um abandono só!

Se fizermos o percurso que vai da entrada da praça, vindo da praia, até o fim da feira e irmos ouvindo e vendo; qualquer um que seja bom observador, vai perceber o caos que se transformou a Praça. Um local que poderia ser um espaço para bem viver, acabou se transformando num ambiente perigoso, onde a vida está em risco.

Os conflitos e os contrastes são gritantes. O primeiro é o do trânsito sem nenhuma organização, principalmente na entrada da feira pelo lado do Cristo, é cada um por si e todos contra todos, inclusive os pedestres, e dificilmente encontramos o Detrac fazendo qualquer trabalho, no mínimo, organizando.

Depois são os idosos, entregues a própria sorte, no dia de receberem suas aposentadorias a situação fica pior ainda. A coisa começa dentro das agências bancárias, onde são vítimas de malandros que se aproveitam como podem para roubar, e fora das agências, além dos malandros, adolescentes, quase crianças ou outros tipos de prostitutas fazem suas investidas. Enfim, todos querem se aproveitar dos que a idade dificulta se defenderem; a vulnerabilidade, efeito do tempo, na Praça do Cristo, tem sido vorax com eles.

E nesses últimos anos a população de "bebuns" tem crescido, é a ponta do ice berg do tamanho da problemática do consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas na cidade. Gente que cada vez mais se encontra sem um sentido para a vida. Na praça, ao pés do Cristo vivem as experiências humanas de violência e abandono. São as nossas sobras e sombras.

Para não ser tanto longo, até porque precisaria de um estudo mais aprofundado, os conflitos continuam nas diversas categorias que vivem na/da Praça: os comerciantes, motoristas, pregadores, ambulantes, feirantes... entre outros.

Enfim, repito, é um caos, tal qual a cara da atual Coari... uma cidade abandonada a própria sorte. Pobre, rica Coari!

Um comentário:

Anônimo disse...

Um adeus e até logo.

A letra e música de Gilberto gil "Deum lado esse Carnaval, de outro a fome total" Cadê as correntes pra frente da cmpanha do 33. Cadê o compromisso com a tranparência, Não, Não!nossos sonhos se afogam num mar de lágrimas. To indo embora da casa ond morei 20 anos, a casa de meus pais, preciso ir pra Manaus trabalhar, Mais não aguento mais ver meus pais passarem fome junto comigo,(chorando)Não suporto a idéia de deixar minha terra, maís ir é preciso. Votamos na esperança e a esperança tá sumida e corrompida. minha família vai ficar, mais eu volto, um dia eu volto...Aqui um sonho de ficar perto da família torna-se muito difícil, preciso vestir, pagar minhas contas e comer dignamente, mais ta dificil.ficamos um mês comemorando a vitória do Arnaldo mais a esperança tornou-se uma grande decepção. Desculpem minha forte emoção, mais preciso dá melhor condições de vida para meus pais. Até um dia minha CIDADE. (COARI)...