segunda-feira, 25 de abril de 2011

Caminhos Molhados

Assim como o corpo humano que tem suas fibras banhadas por líquidos, também o planeta terra é banhado de água, águas que formam a vida. Terra e água constituem a essência da vida.

Boa parte da água do planeta está na Amazônia. É um mundo feito de líquidos de diversas cores e que guardam segredos milenares de povos que apreenderam os caminhos d’água em meio à mata verde da floresta, tão complexa como labirintos da mitologia grega.

Fomos aos poucos descobrindo nosso mundo líquido, lentamente encontrando com seus mistérios, como o alguém que explora o corpo da mulher amada, e nele descobre os diversos mundos que ela esconde.

Nossos irmãos indígenas em milhares de anos acertando, errando, conheceram cada furo, igarapé, lago e rio desse imenso mundo líquido que forma a bacia hidrográfica amazônica. Criaram com as águas uma relação existencial/mítica, parte essencial de seus rituais tão forte que elas se tornaram sagradas para eles.

De posse da herança do conhecimento do mundo das águas que herdamos dos nossos antepassados; hoje cruzamos as enormes distâncias amazônicas e suas dimensões continentais, não mais em canoas movidas a força dos músculos e sim em embarcações rápidas e confortáveis, com suas máquinas e suas tecnologias.

São balsas grandes e potentes que transportam para os lugares mais distantes de tratores a bicicletas, carros e motocicletas, tudo em grandes quantidades. Levam material de construção, do simples fio as cerâmicas, do abajur aos bacios sanitários, tudo da melhor qualidade.

São os barcos/recreios que ligam pessoas e cidades, caminhos e sonhos se encontrando, de porto em porto, eles chegam em todos municípios e vilas dos estados da Amazônia. Nas redes neles dependuradas o descanso do corpo e a certeza de chegar. Além das pessoas transportam os gêneros alimentícios consumidos em nossas mesas; dos frangos da Sadia aos macarrões estilo italiano; dos sorvetes de Manaus aos ovos de páscoa da garoto.

Da canoa passamos aos recreios e dos recreios aos “expressos” que com máquinas potentes e estruturas Internas de ônibus, TV com filmes em DVDs, oferecem aos passageiros: velocidade, conforto, boa comida e bons banheiros, fazendo a viagem mais rápida e melhor.

Da canoa ao expresso, muitas coisas mudaram no modo de viajarmos pela Amazônia; porém, o que permanece é o encanto desse mundo mágico, dono de tantos segredos que são os nossos caminhos molhados!

Um comentário:

Anônimo disse...

E assim caminha Coari!!

Um ouvidor que não ouvi niguém!

Um sec. de Cultura que não tem planos culturais!

Um sec. de Meio Ambiente que também não tem planos ambientais.

Um sec. de finanças que ta comprando tudo em coari.!


Um Prefeito que não fez nada...