Escola e disciplina
Senador Jefferson Péres
Impressionou-me a leitura da carta de um leitor, a este jornal, na qual descreve o que teria observado em visita a uma escola pública da nossa cidade.
Segundo ele, o prédio apresentava bom etado de conservação e de limpeza, as salas bem refrigeradas e os professores davam suas aulas.
Aparentemente, tudo normal.
Normal na aparência, salvo por um detalhe, importantíssimo. Ainda segundo o missivista, na sala que pôde observar, havia um professor dando aulas, mas alguns alunos usavam fones nos ouvidos e outros falavam em celulares. Ou seja, presentes fisicamente, em verdade não participavam da aula ministrada naquele momento.
Esse grupo de alunos não estava aprendendo nada e o professor estava perdendo seu tempo. Para eles a aula, portanto, era um peça de ficação.
A pergunta que me faço é se essa infração disciplinar, constatada pelo autor da carta, constitui uma exceção na rede pública de ensino, algo que ocorre pontualmente, ou se trata de um fenômeno generalizado, estatisticamente relevante.
Se for, estaremos diante de uma anomalia de suma gravidade, porque afeta o aprendizado e conseqüentemente a qualidade do ensino.
Se for verdade e disseminado esse fenômeno de falência disciplinar, então as autoridades educacionais estarão na obrigação de buscar soluções para o problema, dentre as quais a imposição de regras disciplinares mínimas nas sala de aula.
Do contrário, não adiantará o Poder Público fazer a sua parte, com investimentos vultosos em instalações físicas e em recursos humanos. Será dinhiero jogado fora, diante de uma situação inusitada. De um lado, prédios escolares bem construídos e bem equipados, além de professores bem preparados; e, de outro lado, alunos que não querem estudar, com a conivência de professores que recusam a discipliná-los.
Não se confunda exercício da autoridade, com fazer valer a autoridade, e isso em todas as áreas, inclusive na educação.
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Enquanto isso em Coari, uma gestora tentava cobrar de uma mãe os deveres escolar do filho; a genitora sem remorsos saiu com essa: "meu filho é filho de vereador e também vai seguir a carreira do pai, portanto não precisa estudar"!
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