segunda-feira, 2 de maio de 2016

Caminhos de Destrabalhos

 
O mundo vive a mudança do trabalho, assim como de tudo. E essas mudanças vieram para ficar. Passamos das máquina mecânicas da revolução industrial para a eletrônica computadorizada e a robótica. E essas mudanças estão cada vez mais sendo parte de nossas vidas que as novas gerações, geração celular e tablet, vivem nesse mundo como se outros nunca tivessem existido.
 
Tivemos aqui na nossa região um tempo singular para o mundo do trabalho dos povos da floresta. Com a chegada da "Zona Franca de Manaus", o trabalho passou a ser parte das "Fábricas" e lojas que faziam parte desse programa para a região; tudo que se referia a floresta: agricultura, pesca, criação e outros mais passaram a ser coisas do mato, de caboclos, de índios... o preconceito foi de matar;
 
Por outro lado fomos iludidos por uma educação que foi "deseducação" das coisas da floresta e geradora de preconceito. Fomos forçados a deixar o nosso mundo para aprender do mundo do outro que nada sabia e nem sabe do nosso mundo. O êxodo rural, acompanhando o movimento mundial foi avassalador, criando grandes vazios nas áreas rurais e periferias pobres nas cidades.
 
Os "políticos" por sua vez, aproveitando o retorno da "democracia", tentaram "empregar" os pais de famílias que vinham chegando para "colocarem seus filhos nas escolas" para arranjarem a eles subempregos: vigias, garis, merendeiras, pequenos trabalhos nas construções dos prédios públicos... era uma forma de garantir os votos e fidelidade do "padrinho" que estava fazendo um "favor" ao "necessitado"... assim foram gestados os coronéis dos votos nas cidades amazônicas!
 


domingo, 1 de maio de 2016

Dia do Trabalhador... e o Trabalho

 
Comemoramos hoje o dia do Trabalhador, só não é feriado devido o calendário marcar a data num dia de domingo e está como a maioria dos feriados do Brasil, apenas um dia de folga, de curtição sem outro sentido, sem ter o que comemorar. No atual "Estado de Crise" que o país atravessa, num ano os números indicam que "Dez Milhões de pessoas perderam um empego" e os salários que se mantém empregados estão cada vez mais valendo menos, perdendo o poder de compra.
 
Nesses últimos anos com a chegada das tecnologias em todas as áreas da vida humana, a grande maioria dos tipos de trabalho sofreram de forma tão grande a interferências das máquinas e programas de computador que foram mudando, mudando, quando nos demos conta a mudança já era grande. Vários tipos de serviços não precisam nem mesmo da ação humana, principalmente nas áreas da eletrônica e automobilística, onde as máquinas fazem por si só, o trabalho de vários mãos. A mesma coisa aconteceu na agricultura, os tratores substituíram a mão de obra, causando assim um grande número de desemprego.
 
A mudança no mercado de trabalho puxou a mudança das relações entre as leis trabalhistas, os empregados, os patrões e os sindicatos, representantes "oficiais" dos trabalhadores. Antes os patrões se viam forçados a negociarem o trabalhador ou o sindicato da categoria de serviços de sua empresas, hoje, o trabalhador em desvantagem diante de uma massa sobrante e da tecnologia se vê o brigado a aceitar as situações salariais e as condições de trabalho.
 
Mais ou menos pelo meio da década de 80, os sindicatos percebendo suas forças, partiram para um novo campo de batalha, a luta política partidária. Quem tinha liderança e estava a frente da entidade representativa dos trabalhadores, se candidatou a um cargo eletivo, muitos se elegeram e em geral não representaram a força trabalhista e sim a si mesmos e a seus partidos, principalmente aqueles que fizeram da "Política" uma forte de emprego; resultado, o trabalhador enfraquecido, teve suas representatividade, o sindicato também enfraquecido. As grande manifestações trabalhistas no dia "Primeiro de Maio" puxadas pelos sindicatos dos trabalhadores deixaram de existir, os sindicatos perderam a força.
 
As prefeituras têm sido nesses últimos anos, grande fonte de emprego, mesmo que não sejam fonte de trabalho. Os empregos não estão ligados ao trabalho que a pessoa pode fazer, em geral estão ligados ao título do empregado. Assim, estão em sua grande maioria no limite suportável de empregar pessoas.
 
Por um lado é duro comemorar esse dia sem trabalho e sem perspectivas de trabalho, por outro lado, candidatos em suas campanhas eleitorais, estão a pleno vapor, num Brasil de desempregado estão negociando empregos com trabalhos ou por votos. Assim segue o Brasil que estamos construindo!
 


sábado, 30 de abril de 2016

O Passado sempre presente

 
Assistimos na TV e sentimos na vida que os nossos atuais "políticos" não servem para o novo mundo que está  em andamento, que está  sendo gestado. O pior de tudo é que na atual situação  do campeonato das eleições que estão a nossa porta, só temos o velho ou o velho como opção.  Não  há  Luz no fim do túnel, não há  nem mesmo túnel. Vamos ser obrigados a comer comida requentada.
 
As velhas oligarquias políticas, sejam elas familiares ou partidárias, só têm olhos para seus umbigos, seus interesses, seus planos, suas ambições particulares. Por outro lado não conseguem ter olhos capazes de ver que as coisas mudaram, que o mundo mudou, que há algo em movimento, que o novo está  sendo gestado e que não haverá  volta.
 
Atualmente  o que temos em geral é o velho e por quase todo o Brasil. Ficam indo e vindo. Ou São nós apresentados os próprios velhos, ou apresentam suas proles ou ainda alguém da família, em último caso uma pessoa da sua confiança, da mesma coligação  política  ou não. E essa velha raça não é velha por causa da idade e sim pelo velho modo de fazer política, o velho modo das negociatas, onde o Brasil sempre sai perdendo.
 
Com certeza, há os que ganham com esse velho modo de ser político e não são poucos. Eles nesses últimos anos fizeram  tudo para manter o povo na pobreza e na depência. Não tiveram nenhuma preocupação  de construir uma economia para todos e uma nação  Democrática, e sim uma Pátria de pedintes.
 
Até quando o velho vai continuar no trono?
 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Campanha Eleitoral, Campos de Batalhas

 
 
As eleições municipais são as mais próximas de nós. Os que querem se eleger estão presentes no nosso dia a dia. São pessoas conhecidas e usam as armas que possuem para entrarem no campo de batalha na luta pelo voto. Como, tanto os políticos, como suas propostas perderam o crédito dos eleitores, corremos o risco das eleições municipais desse ano serem um verdadeiro UFC, um vale tudo total; onde para se eleger o que vai contar é quem saber destruir mais o outro, nesse caso, a oposição, o adversário se transforma num inimigo.

Apesar de ainda faltarem alguns meses para o início das campanhas eleitorais, elas já começaram e faz tempo. As articulações entre pessoas, partidos e grupos estão em pleno andamento e não há nessas articulações nenhum interesse pelo município, as organizações estão se dando apenas pela busca do poder e pelo que ele oferece: dinheiro e privilégios. Mesmo que os pretensos candidatos digam o contrário, os modos de agirem não deixa margens para outras interpretações.

Com certeza serão eleições violentas em muitas das cidades brasileira e o tamanho da violências, das diversas violências se mostrará pela história política do município, o tamanho do seu orçamento e a quantidade de seus eleitores, votos desejados pelos padrinhos dos prefeitos: deputados estaduais, federais, senadores e governadores.

Coari, pelas entradas milionárias que a exploração de gás e petróleo deixam no município, talvez, no Amazonas, será o palco de uma batalha que ultrapassará o racional, o humano e a força das ambições será a voz ouvida nas ruas que moverá a eleição para prefeito na terra do gás e do petróleo.

Vai ser preciso muito dinheiro para matar a fome Vorax dos que se acostumaram a vender votos. Um negócio milionário. A questão será o depois, quando chegar a hora de pagar a conta. Quem vai pagar a conta será o município, o mais prejudicado!
 


domingo, 1 de março de 2015

Coari, um filho teu não foge a luta


Na minha lembrança mais distante da história da terra do gás e do petróleo, estão as lutas de um povo que nasceu forjado em fibra de carbono e vive para aguentar, resistir as humilhões, a fome e a exclusão. Os pobres dessa terra, como em lugar nenhum da terra, nunca tiveram vez e voz.

Não me lembro o ano de uma manifestação por uma crise de água na cidade, mesmo estando localizada as margens de um lago e do lado do Solimões, a bomba que bombeava água para as casas vivia sempre quebrada e das torneiras nada saia. As mulheres, elas como donos de casa foram as que mais sentiram a ausência d´água para seus trabalhos caseiros; por isso estavam a frente das manifestações que cobravam um serviço de boa qualidade. Minha saudosa madrinha "Maria do Léu" a frente com suas modinhas e versos que zumbiam no ar como gritos de guerra.

Armados de paus e todo tipo de coisas que podiam quebrar uma grande máquina, os manifestantes por energia de boa qualidade se postavam diante da "Celetra" nos meados dos anos oitenta, fazendo barulho e ameaçando quebrar os geradores de energia caso elas não "dessem energia". Havia medo e insegurança; porém, não passou disso e tudo voltou ao "normal".

Em dois mil e quatro a polícia especialista em combater e expulsar "invasores de terras," invadiu Coari para manter a ordem e instaurar uma guerra injusta contra os pobres coarienses que queriam um pedaço de terra para armar seus barracos. Na base de balas de chumbo e de borracha eles tiveram que sair. O terreno é o atual bairro do Grande Vitória que não resistiu a uma ocupação pré eleitoral.

Quando todo fogo parecia apagado, as cinzas foram assopradas e as brasas resnaceram e de novo acenderam o fogo das lutas, pois, a humilhação e o esbanjamento não foi suportado pela fome a miséria que beirava a indigência da grande maioria dos coarienses. O medo foi vencido, até ter a polícia das velhas ditaduras calarem sinais e os que querem uma Coari diferente, onde a Palavra Esperança tenha lugar no dicionário do dia-a-dia da cidade!


sábado, 28 de fevereiro de 2015

Velhas e Novas elites economicas



Vivi quase toda minha vida no Médio Solimões nas cidades de Coari, Manaus, Codajás, Manacapuru e atualmente em Anamã. Se olharmos no mapa, veremos que a localização é bem no centro do estado do Amazonas. Um mundo verde e líquido. De duras e aguadas realidades. Terras de aventureiros de muitos sonhos e de muitas riquezas.

Cresci ali pelas águas do igarapé do Espírito Santo e do lago de Coari; tomando banho e pescando. Cresci vendo barcos “geladores” subindo o rio até Tabatinga. Ouvindo suas histórias de levarem em suas caixas frigoríficas peixes lixos e baixarem com gasolina e outras mercadorias, inclusive, como diziam, a melhor e a mais rentável, a cocaína. Riquezas surgiram desse momento e hoje em Coari estão lavadas com outros negócios que disfarçam o que foram um dia.

Hoje as águas do Solimões não servem mais para levarem peixes lisos para Tabatinga; a riqueza não sobem, descem. A calha principal do Solimões é o principal corredor da cocaína que sai da região da tríplice fronteira; Brasil, Peru e Colômbia e chega até Manaus, quando chega e da capital ela segue para novos destinos, inclusive voltando para os municípios por onde passou e Coari é um desses destinos.

Quando os traficantes da área descobriram o caminho da cocaína, começaram a tramar modos de interceptar e tomar a droga para si. Afinal de contas, ladrão que rouba ladrão, merece perdão. Essas aquisições deu uma alavancada na economia de alguns traficantes que viraram fortes empresários importadores pagando a vista e em dinheiro.


Assim, nesses últimos anos está nascendo uma nova elite econômica de Coari, forte e com muitas ramificações, assim vai-se lavando riqueza, até chegar as novas gerações que não tiveram ligações com a atual situação das gerações dessas riquezas!


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Casa de Quem?


Há tempos que a situação política da terra do gás e do petróleo é comparada a um samba de crioulo doido. Desde que o cofre do Palácio 02 de Agosto recebe os milhões das reservas de gás e petróleo das artérias das terras desse rico município a ambição tem sido a nossa marca registrada.

Sai prefeito, entra prefeito, a corrupção mina as ideias e valores enriquecendo apenas alguns, geralmente família e grupos próximos de quem está com a chave do cofre e a grande maioria segue comendo as migalhas que caem dos que se aproveitam dos ricos orçamentos do município.

Agora é a minha vez. Só esse ano, Coari já teve três prefeitos, dois presidentes da Camara e semana que vem esse número tende a aumentar. Haverá a possibilidade da definição de mais um prefeito e uma nova eleição na “casa do povo”.


Uma eleição na “casa do povo” é um verdadeiro jogo de interesses, de todo tipo de intere$$e$. Já fui processado pelo Sr. Iran Medeiros, por escrever sobre isso. Em qualquer eleição dessa natureza quem sempre sai perdendo é o povo. E dessa vez não será diferente!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Caminhos


Sábado (21/02/2015) passado fui convidado para participar de dois eventos voltados para a educação. Na tarde, de uma reunião com os pais os mestres e na noite, da “formatura” de umas turmas de ensino médio, inclusive o tecnológico de comunidades rurais. No evento da tarde, parecia haver muito interesse dos pais; já a noite, havia uma grande apatia dos estudantes, o interesse estava voltado muito mais para a janta que qualquer outra coisa.

Sou um entusiasta da educação, acredito que pela via dos estudos podemos ter mais chances na vida. “A vida com estudo pode ser ruim, sem ela, pode ser pior”.

Na internet, nas livrarias, os especialistas, por todo lugar há uma enxurrada de textos, falas, livros e um mundo de pessoas escrevendo e falando sobre a educação para a modernidade. Parece que a educação dos especialistas ainda não chegaram na vida e mais ainda na escola.

Os professores estão no seu mundo, os estudantes nos seus e os pais em nenhum. Cada um dos atores que atores que participam do processo atual da educação não está em sintonia, cada um olha, caminha e vive em espaços físicos e virtuais diferentes. Os professores assinam pontos, os estudantes no celular e as mães, geralmente são elas que acompanham os filhos, estão nas novelas e com o Sílvio Santos.

Lembro bem de uma turma em Coari que falavam/discurtiam os processos educacionais, tudo nas suas ideias eram mil maravilhas. Era uma turma pré-Adail Pinheiro. A turma do Arnaldo, depois que tiveram no poder, com a educação coariense nas mãos não conseguiram organizar nem a logística da educação da terra do gás e do petróleo, muito menos um projeto educacional que de fato faria qualquer mudança para um mentalidade e uma nova economia municipal.

Com certeza estamos precisando de uma nova educação, porém, não há caminhos feitos. Os caminhos se farão caminhando. Me pergunto se queremos, se conseguiremos. Só tentando. Vamos?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Reescrever


Faz tempo que não escrevo por aqui. Fiz promessas de ser fiel aos textos de manter o blog atualizado, nao fui fiel e tudo continuou sendo povoado por teias de aranhas. Essas mal traçadas linhas também nao significam continuidade; estão mais para sementes jogadas ao vento, quem sabe caia em algum olhar navegando por esse sítio perdido no meio da floresta Amazonica. Quem sabe.

Quando comecei a escrever em blog, no Coaripolis, corria o ano de 2004; não sabia o que escrever, copiava e colava as parcas coisitas que apareciam na mídia, nos jornais e eram, de fato, quase nada. Dizia na época: "que escrever sobre Coari, era como escavar com os dedos no alfasto quente do meio dia". Depois lentamente fomos entendendo que tínhamos que arriscar com o nosso próprio olhar sobre a realidade da terra do gás e do petróleo. O lucro, o preço a pagar foi alto, perseguicões e um processo.

Outros foram chegando, colocando na tela os seus olhares, partindo de seus interesses, escondendo a realidade; depois, vencidos pela força da grana e pela ambição que os devorou e o que restou foi o silencio!

Hoje, com a atual situação de Coari o que nos resta são pedaços de nossas histórias desperdaçados, espalhados na vida de um povo sofredor; uns com fome de pão, outros com fome de esperancas, outros de sonhos, outros de justiça, outros de sensibilidades, outros do olhar da compaição. E todos seguimos mumificados por uma realidade que nos desafia por inteiros.

Já não há caminhos feitos, tudo parece voltar ao ponto zero; precisamos refazer conceitos, revisitar nossos valores humanos e perguntar o que queremos da riqueza que habita as veias das terras coarienses?

Encarar com seriedade o que aprendemos até aqui. A certeza é que para nossa ambição nao há limites; é um dragão que nos devora, que a tudo devora e a todos devora. Aprendemos que quem critica sem está do lado de quem está com a chave no milionário cofre do Palácio 02 de Agosto, não significa que está revelando com sinceridade suas verdadeiras intenções; possa ser que seja pior do os que lá estão.

O pior de tudo é que estamos perdendo a esperança de confiar em alguém que de fato possa fazer a diferença e o diferente!

terça-feira, 4 de março de 2014

Outros interesses, são possíveis?


O famoso antropólogo brasileiro Roberto da Matta no seu livro Carnavais, malandros e heróis afirma que o "Brasil não é para amadores". Essa definição do antropólogo se encaixa muito bem para Coari; pois, quem pensa que Adail é o único ou maior responsável pela situação vive a terra do gás e do petróleo, está redondamente enganado ou como Diz Roberto da Matta é um amador.

Adail é só a ponta do ice-berg; ele revela uma situação que se arrasta ao longo da história do município. Há um mundo muito mais complexo que se mescla de ganância, status, luxúria, fé, arrogância, dinheiro que não é simples de compreender. Adail pode sair como bode expiatório e pagar um pato que não é totalmente o dono.

Toda vez que a mídia regional ou nacional dar destaque as falcatruas e manias de Adail, o grupo que está fora do poder e não está nas mamadeiras do cofre do palácio 02 de Agosto, se arma de suas metralhadoras com balas de falso moralismo e apertam o gatilho. Quem não conhece a realidade ou é amador se impressiona com as impressões e críticas atiradas ao vento com a intenção de dizer "eu", "nós" não somos assim. Me engana!

Fomos vencidos pela força da grana. De joelhos diante da força da grana seguimos nos arrastando no bloco do Adail que puxa a banda e não deixa a banda passar sem atrair para si todas as atenções. Se atrever a vê a banda passar com outros olhos é ficar do lado de fora, ser excluído, perseguido e processado. Porém, se faz necessário outros olhares.

Olhar e vê é como andar no igapó a noite!