O homem dessa tira parece viver em Coari, está sujeito a leitura de um único jornal local e além do mais olha apenas para um lado da cidade. É cego de um olho, caolho. Somos conduzidos numa leitura que não abre espaço para o diferente.
Nessa última edição um artigo meu, bem repartido, do jeito deles. Era para a instituição que trabalho, nada vê com o blog. Quando estava escrevendo, lá pela tantas, olhei para cima, vi a laje da casa, preferi nesse momento morar numa casa coberta de alumínio, quem sabe alguns buracos feitos pela meninada e suas baladeiras, me lembrariam que um bom artigo de jornal deva achar um furo para dizer uma palavra.
Bom é está aqui diante da tela, só você. Hoje meio sem sono, só ouvindo o barulho da chuva. Cá com meus botões, lembrei das casas que vão ficar alagadas lé pelo bairro do Urucu, tudo por culpa do péssimo serviço de saneamento básico que fizeram por lá. Enquanto uns estão no seco, no conforto, outros nas goteiras e nas alagações da vida.
Porém para o jornal Em Tempo Coari nada dessa natureza acontece na terra do gás e do petróleo, pobre gente, até para dormir dorme debaixo d'água, um bom treino para o nosso cemitério/estádio, onde nem os mortos escapam das águas da chuva!
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