segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Nômades

Estou em Codajás, terra do açaí, depois de algumas andanças cheguei até aqui. Nesse sobe e desce rio, estou impressionado com a quantidade de pessoas viajando nos nossos barcos/recreios. Todos andam lotados e não são só eles, também na região do Cacau Pirera as lanchinhas e as balsas que fazem o transporte atravessando o rio Negro, a coisa não é diferente.

Nunca tinha percebido um movimento humano tão grande nessa área do médio Solimões, agora vejo o quanto é imenso a mobilidade entre as cidades, principalmente das cidades menores do estado em diração a Manaus.

Nos barcos o quesito segurança era ruim, agora está pior ainda; aumentaram os riscos de naufrágios, como também de roubos dentro das embarcações. Porém nem tudo é tão ruim, talvez esteja sendo injusto com nosso meio de transporte mais usado. Como é bom, quando não está tão lotado, como é bom lê um bom livro deitado numa rede num desses barcos e com certeza bom local para conhecer pessoas e com elas conviver algumas horas. Gente que talvez nunca mais vejamos na vida!

Numa das minhas aventuras sonhadas e que consegui realiazar, viajar de barco de Belém a Manaus; nessas viagens longas as coisas ficam mais interessantes e desafiadoras; se para as nossas bandas com apenas 30 horas médias de viagem a coisa já é complicada, imagine para mais longe.

Nesse movimento de sobe e desce de rios o que tem de positivo é esse trançar de conhecimentos e experiências que vamos encontrando e partilhando. Todos ganham, todos se enriquecem um poouco mais. Lembro que quando chegamos aqui, uns dez a onze mil anos para trás criamos uma estrutura de relacionamentos de viajantes, ta qual como agora. Voltamos a ser, povo Nômade.

Com todo esse movimento era para esses barcos serem melhor, prestarem um serviço com mais qualidade aos seus clientes, infelizmente isso não acontece. As vezes chega a ser assustador os quesitos: segurança, limpeza, alimentação e banhiros. O povo não merece isso.

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