Viajar é preciso!

Quinta passada deixei a terra do gás e do petróleo; fiquei em dúvida se viajava ou não, os barcos lotados, mesmo no impressado, pela necessidade resolvi viajar, uma noite sem dormir e a insegurança de ser roubado martelando.

Nesses dias de janeiro, férias, me impressionou o número de pessoas viajando, os barcos da linha Manaus - Tefé carregando passageiros acima de suas lotações, colocando a vida de todos em risco. De um lado quem viaja quer viajar e do outro o dono da embarcação que em nenhum momento quer saber do perigo, apenas ganhar dinheiro; em caso de acidente, salve-se quem puder!

Mesmo depois de tantas vidas engolidas pelas águas, ainda continuamos com uma prática que só tem gerado perdas, sofrimentos e ninguém dos órgãos resposáveis toma nenhuma providência. Certo que a ausência da estrutura de segurança nos transportes na Amazônia é gritante. Sem contar com as distâncias que são continentais.

Tudo somado entramos no barco assumindo por nossa conta a acerteza que no somar das contas devemos estar prontos para o que der ir vier.

Da insegurança que somos expostos a todos os perigos do rio, também devemos nos proteger dos perigos dentro do barco, visto que é comum termos nossas coisas, que ficam embaixo de nossas redes, roubadas... a quem iremos nós?

E as coisas não param por aí, sinta que um barco tranpostando umas duzentas pessoas o panheiro deveria receber tratamento vip, só que isso não acontece, logo ele fica em condições deploráveis; somado a uma comida lá não muito boa, viajamos de qualquer jeito, tratados pouco como seres humanos!

O povão que não tem uma certa economia é forçado a se submeter a esse tipo de viagem e de barco... até quando?