O mundo que não queremo é o nosso mundo

As festas em comemoração ao primeiro de maio na terra do gás e do petróleo poderia ser uma referência para discussões sobre o nosso modo de comemorar momentos importantes dentro do calendário de nossa história. Infelizmente estamos olhando cada um desses momentos como festas, eventos separados.

Não querendo olhar para o passado e já olhando; havia um momento da nossa história e não só do nosso município, mais de todos, onde cada cidade tinha seus modos próprio de celebrar suas datas importantes.

Hoje, que vivemos o auge das empresas produtoras de festas e eventos, se comemora tudo num formato só. E os meios de comunicação ajudam quanto a isso, até porque os "grandes" dessa área que faturam alto, são próximos dos produtores e apresentadores da TV e das outras mídias.

Tanto Parintins, com seus bois; Itacoariara, com seu festival da canção e Manacapuru, com suas cirandas, tiveram que se adpatar a modos impostos por esse pessoal. Ou faziam isso ou morriam. O regional ainda vive na arte das festas desses municípios, plasticamente do jeito da gente de fora.

As produtoras de eventos, com seus profissonais bem formados, gente da classe média alta de Manaus e educados em instituições de ensino no trecho Rio, São Paulo e Belo horizonte, com complementação no exterior, gente viajada, que participa de eventos pelo mundo afora e que vendem seus produtos aos estados e municípios; não são capazes de perceber algo fora de sua área, do seu pequeno/grande mundo.

Seu único formato de envetos, assim ditos, culturais são empurrados aos nossos prefeitos e secretários de cultura que por acharem que são o algo de fora que é bom, compram e se estufam achando que estão fazendo o máximo, o melhor, algo que nunca foi feito. É uma atitude assumida desde o Brasil colônia. Atitude colonial.

Assim, com o tempo, deixamos para trás o que era nosso e assumimos as coisas dos outros, por gente que nada tem ou quer com a nossa cultura. O dinheiro na mão é o que conta.

Fazer um caminho nos nossos caminhos, exige paciência e muito trabalho, acima de tudo, vontade de fazer algo novo. Teremos que ouvir nossa gente, principalmente os mais velhos e as pessoas que vivem noutro espaço cultural dentro de Coari, os indígenas e o povo da zona rural. Gente que pensamos que não tem cultura, na verdade são esses que ainda vivem nossa cultura.

Será que queremos o que é nosso? Tantas vezes tenho me feito essa pergunta, quase nunca acho resposta!