terça-feira, 22 de junho de 2010

Buraco's


Numa noite de lua cheia, no alto de um terreno no Tauá-mirim, tendo os reflexos do astro noturno nas águas escuras do "lago" que estava ao fundo, como testemunha; o Cacique Machiparo, chefe da Procíncia que levava seu nome, reuniu todos os caciques e anciãos das tribos que formavam todo seu poderio na calha central do Solimões, das fronteiras de Ega (Tefé) as terras dos guerreiros Muras (Manacapuru).

Olhando para os reflexos da luz da lua nas escuras águas do lago, explicou aos chefes seus comandados que o objetivo daquele fraterno encontro nas terras da tribo Tauá-mirim, era para escolher o novo nome para a Provícia deles.

Explicava que depois de mais de duzentos anos de exploração, roubo, estrupos e todo tipo de crimes praticados pelos estrangeiros, iriam passar por um novo momento da história; até porque ele já não duraria tanto. O tempo é o tempo para todos e sentia que o seu estava chegando ao fim.

Depois de invocarem os deuses do sol, da lua, da terra, das águas e da floresta, a conclusão que chegaram foi que o novo nome seria: Coari. O nome fazia homenagem ao "Buraco" da entrada do grande e belo lago, local e palco de grandes lutas, todas vencidas pelas mãos e armas abençoadas de seus guerreiros e do sangue derramado dos filhos e filhas que deram a vida pela grande Provícia. Significava também "Rio do Ouro" pela abundância do mundo de suas águas, cheias de tantas riquezas.

Mal sabia o Grande Cacique Machiparo que seus descentes e ocupantes de seu trono, cara pálidas do passado recente e do presente, iriam misturar os significados e colocar todas as riquezas de sua querida terra dentro de buracos. Uns ainda usando malas.

Atualmente o dinheiro das riquezas - petróleo e gás - ninguém sabe para onde vai, em que buraco colocam. O resto de sua amada terra é um buraco só. Deve está chorando no túmulo. Nomes tão importantes levados ao ridículos por administradores corruptos e incompetentes.

Como já não bastasse, a foto mostra trabalhadores do prefeito capitão Montoril, usando métodos e materiais para tapar buracos que usaram os trabalhores de Pedro Álvares Cabral quando chegou ao Brasil.

Ninguém merece. Pobre Machiparo!

2 comentários:

Anônimo disse...

padre vc ta certo, e aonde esta alicença ambiental desta quantidade de areia utilizada no falso tapa buracos.É CRIME AMBIENTAL.

Anônimo disse...

VAMOS FAZER UMA MANIFESTAÇAO NO DIA 05/07/10 AS 8:00 DA MANHA EM FRENTE A PREFEITURA ,REIVINDICANDO OS DOIS MESES DE SALARIOS ATRSADOS SÃO OS NOSSOS DIREITOS COMO FUNCIONARIO PUBLICOS.