Nossos Hermanos

Hoje termina a Semana Nacional do Migrante no Brasil. Todos os anos chegam ao país milhares de pessoas, vindas de diversas partes do mundo e na pátria gigante por natureza ancoram seus sonhos de felicidade - ter casa e trabalho - condições necessárias para viver e construir família.

A região Norte, principalmente os estados que fazem fronteiras com outros países (Bolívia, Perú, Colômbia e as Guianas), são roteiros de muitas famílias em fuga da pobreza e da violência dos tráficos: drogas, pessoas e armas. Encontram no Brasil sinais de esperança, de segurança e de paz.

As cidades situadas na calha central do Solimões, de Tabatinga a Manaus, tem recebidos nesses últimos anos milhares de peruanos e colombianos. Na sua grande maioria são famílias pobres, um ou outro pequeno comerciantes, médicos ou outros profissonais liberais com um grau maior de educação.

No meio do trigo, também está o joio, no meio de tanta gente boa, desembarcam também os envolvidos com o tráfico e até os envolvidos com as Farcs.

Em Coari juntamente com os médicos, alguns já alcançaram um nível de melhoria de vida através do comércio. Mais a grande maioria ainda se arrasta ganhando o mínimo para viver; são camêlos, vendedores de bugigangas, vivendo de bicos ou sendo explorados no comércio trabalhando sem carteira assinada.

Recentemente o Presidente Lula esteve em Manaus onde se encontrou com o presidente do Perú. Celebraram acordos comerciais, principalmente sobre energia. Nenhum, nem outro presidente falou da causa dos migrantes, seja dos brasileiros morando no Perú, como de peruanos vivendo no Brasil.

O que contou na visita, no encontro dos dois chefes de Estados foram os acordos comerciais, o que envolvia o dinheiro, esse estilo de crescer desenvolvimentista, onde as pessoas não contam.

Enquanto issso nossos "hermanos" estão em Coari, na Amazônia, no Brasil vão vivendo de qualquer jeito, sem lenço e sem documento; vivendo da Esperança de cada dia!