Estamos de ressaca do dia dos mortos. Os feriados estão cada vez mais para nosso lazer. Antes eram usados para descansar e os religiosos para serem "dia santo e de guarda". Na cultura de consumo, nem os mortos merecem respeito, o importante é curtir. Por isso, ontem foi mais um dia para beber. Viva as mega-empresas de bebidas da Alemanha.
Passado o dia dos finados, continuamos enterrando nossos mortos, assim é o ritmo da vida; nascemos para caminhar para a morte. Nossa estrutura física, material é finita. Tem um tempo determinado e com o tempo nosso conteúdo físico vai diminuindo até o dia final. E não há tempo. Para uns pode chegar cedo, para outros em tempos distantes.
Porém, o pior de tudo é quando já em vida estamos mortos. O "Mestre" nos lembra que "devemos temer os que matam a alma". E Coari está se especializando "nesse pior de tudo", está a matar pela pobreza e miséria os sonhos e a esperança das crianças e jovens. E esses quando mortos vão matando a terra que lhe mata.
Os milhões que entram mensalmente no cofre do Palácio 02 de agosto deveriam ser sinais de vida; porém, estão sendo sinais de morte. Morte tanto para os que não conseguem viver das migalhas e seguem em estado permanente de fome e miséria, como, morte para os que de tanto estarem a encher os olhos da ambição e do egoísmo a barriga está quase a estourar. É assim que nossa terra segue matando seus filhos pela barriga, uns de fome, outros por comerem demais.
Infelizmente, assim, em Coari todos os dias são 02 de novembro, dia dos mortos!
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