Por esses dias pelo país, militares e estudantes desfilam pelas nossas esburacadas ruas. É o desejo de pedir demonstração de patriotismo e dedicação a pátria. Engomados e de passos no compasso, suando as bicas seguem a banda. Quase todos nós brasileiros passamos por essa experiência.
Lembro com saudades e questionamentos das várias experiências que vivi de ter machado pelas escolas onde passei em Coari. Primeiro no Grupo Escolar Kennedy e depois no "Colégio". Eu, era daquela turma que desafiava professores e instrutuores que nos ensaios eram desafiados pela impossível missão de manter a "ordem"!
Sempre achei os ensaios bem melhores que o dia da "marcha". Neles estávamos mais a vontade e o clima de algazarra predominava. Além de tudo nesses espaços se aproveitava para as primeiras investidas de "Homens" com as meninas'; as vezes mais velhas que nós. Eram paixões infantis, adolescentes. Alguns levavam a sério. Hoje são avós de netos dos filhos que nasceram no ritmo da banda.
No dia da "Marcha" saíamos em desfile/procissão pelas ruas calçadas de tijolos. Eram cobras grandes sem cabeça dentro das entranhas da cidade; indo todos para o mesmo lugar, a Praça da Catedral, pois é embaixo dela que está a cabeça da cobra. Cada escola ia se encaixando pelo gramado e nós relaxando, suor escorrendo, matando a sede com picolé e totó.
Enquanto isso as "autoridaes" iam subindo num pequeno palanque de madeira armado perto da rádio. Tudo "arrumado", cada um dos que estavam no palanque desbulhavam palavras vazias para preencher o nada de dentro de nós. Alienação para acalmar a fúria deixada pela fome de tudo, de comida e do novo... agora o novo chegou e descobrimos que é pior do que o velho.
A banda retomava o ritmo, o bumbo dava o sinal de refazermos a "ordem", onde reinava a "desordem" e lá íamos nós, hora do retorno. Acertar o passo e a batida da banda ritmava o pé e o coração, e nos fazia importantes defensores, guerreiros de um país que sempre lutou contra si mesmo e caminha baleado pelos tiros dos corruptos que nestes últimos 500 anos saqueiam nossas riquezas... e a banda continua a passar!
4 comentários:
oi padre, admiro seu jeito de escrever, sempre pincelando criticas sociais em seus textos, ora escancaradas, ora veladas. é bem verdade que corrupção no Brasil é um mal, parecemos fadados aos ladrões de colarinhos branco, os quais infelizmente se valem, da morosidade de nossa justiça e da própria impunidade. parece que, quando estão no poder, com dinheiro e status, nada vos alcança, nem sequer o braço da lei, que infelizmente, atinge somente pretos, pobres e marginalizados. acredito que podemos implantar no Brasil uma nova forma de administrar, moralizar nossas instituições, mais creio que essa revolução só será bem sucedida quando partir do povo, e isso só pode ser alcançado com educação, com a população cobrando de nossos representantes, fazendo parte da sociedade como verdadeiramente atuante, caso contrário, dificilmente conseguiremos mudar esse quadro social que nos encontramos.
Oi padre, tambem concordo com você quando coloca que sempre esperamos o novo e quando ele chegou foi bem pior que o velho, também sou do tempo que saiamos ensaindo pelas ruas causadas de nossa linda Coari, sem duvida na quela epoca o transito não era tão violento, as professoras do Presitente Kennedy eram extremamentes tradicionais em especial professora Maria Helena esposa do seu secundino que era um dos pouco dentista da Cidade, sabe Padre na nossa epoca tudo era mais dificil os governos não faziam politicas de doaçoes, tudo nossos pais compravam inclusivel lapis, livros e etc. Mas mesmo assim eramos felizes e a educação era mais valorizadas, não houviamos falar de drogas nas escolas, o unico gay era o nosso querido profº Clemilto(cleio) enfim tudo era mais proibido, porem menos perigoso o respeito era bem mais, sabe Padre o tempo passou cresci, casei tive filhos mais somente agora pecebo que eu era feliz e não sabia, que tempo maravilhoso, que tempo bom, era na epoca onde a politicagem não dominava nossa cidade, era na epoca sim que tiamos cultura, os carnavais eram maravilhos, as machas eram perfeitas e o nosso fertival que senho, tudo ficou bem para traz, agora percebo que a unica cultura que existe no nosso municipio é dois grupos politicos, um falando mal do outro, derrubando o outro, fico triste e me sinto uma inutil pois quase nada posso fazer
Viviamos tempo da ditadura, erámos obrigados a marchar, mais nem era preciso porque a semana da pátria era uma festa marchavamos como diversão. Se ontem eram os militares que exigiam hoje são os politiqueiros. E por falar neles,os alunos das escolas estaduais da cidade de Coari marcharam em agosto comemorando a semana da patria.Indo pela manhã ao trabalha me deparei com tal cena inusitada. O bêbado que também presenciava esta manifestação hilária começou a grita. " VOCÊ SÃO BURROS. VOCÊS ESTÃO MARCHANDO NO MÊS ERRADO".
Por curiosidade começei a perguntar o porque da mudança do desfile do dia 05 de setembro onde é comemorado a elevação do Amazonas a categoria de provincia. Após algumas respostas evasivas descobrir que a coordenadora da seduc e a secretária de educação do municipio tiveram um "PETI", ou seja esqueceram tudo que juraram quando concluiram o curso em educação. A duas maiores autoridade em educação do município que deveriam dar exemplo, foram as primeiras a complicar a já desgoveranda nau que se encontra a educação em nossa cidade. Esso fato me faz lembrar a música do Geraldo Vandre, "PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES", usada nas campanhas do Arnaldo Mitoso a prefeitura de Coari na última eleição numa Rádio FM local. ("Estudante preparados ou não/Quase sempre perdido com celules na mão/Os professores lhes ensinam uma antiga lição/delutar pelo seu espaço e viver sem vizualizar nenhuma solução").
Obs: A alguns meses que a oferta de trabalho das empresas que prestam serviços no terminal da Petrobras em Coari vem diminuindo...
Nós continuaremos a marchar, sem ver uma luz no fim do túnel?... Já começaram as campanhas visando ocupar os lugares na câmara e prefeitura... e não é só os politiqueiros mais algumas igrejas que a exemplo da igreja católica na idade média vendiam indulgéncia, hoje já estão negociando a venda dos votos de seus membros. Como diz aquele velho ditado: "Quem for podre que se quebre... Quem viver verá".
PAZ E BEM
O professor está sem salário poq que não vai trabalhar e cortaram seu ponto.
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