sábado, 8 de outubro de 2011

Meus Heróis


Em 1980 comprei meu primeiro e único violão. Resolvi comprá-lo influenciado por Jonh Lennon, amava 'Imagine'. Ele morreu nesse ano, o violão caiu e abriu um buraco na caixa, acabou o sonho dos sonhadores, meu e de Lennon. O dele de mudar o mundo, o meu de tocar violão. Deixou o mundo órfão com sua morte e um aprendiz de músico que não passou dos primeiros acordes.


Em 2005 estava em Roma e acompanhei atento e em vigília, juntamente com uma multidão a agonia, o sofrimento e até a morte de João Paulo II. O mundo seguia atento pela TV e com orações seus últimos dias. Era um homem que encarnando a mensagem de Cristo ajudou o mundo a superar muitos medos, simplesmente vivendo e repetindo a frase que Jesus mais gostava: "Não tenham medo". Lá se foi mais um plantador de sonhos. E com ele algumas das minhas sementes de um outro mundo possível.

Nessa semana o mundo das tecnologias ficou órfão de um grande gênio, Steve Jobs. Um mago da criação e deixou sua marca que está presente na vida da grande maioria de nós simples usuário de computadores ou navedores brabos no mar intenértico. Além de inovar tecnologicamente com sua linha "i", sempre tentou seguir o caminho da beleza e pelo belo conquistou consumidores em todo o mundo.

Meus heróis, gente que marcou minha vida e deixaram sinais que as vezes tento identificar e usar como bússulas não morreram de overdose. Os famosos citados acima e os anônimos, que a lista é muito maior.

Pelos famosos fiquei órfão com o mundo, com os outros admiradores, fãs planetários; já com anônimos a relação é outra, próxima, existencial e afetiva, quase que consangüinea, logo a dor é maior. São meus heróis da luta do dia-a-dia, sofredores que me viram nascer e que o tempo, os janeiros acumulados foram abatendo o patrimônio físico.

Destaco entre os meus admiradores do cotidiano, guerreiros da luta contra um sistema injusto e gerador de fome e miséria; o já citado Sr. Raimundinho Martins, Dona Dica minha vizinha que batalhou uma vida a terra para dela tirar o pão e agora minha professora do primário a Sra. Dedé.

Essas perdas estão me ensinando que são os trabalhadores honestos com seus pequenos trabalhos são os que fazem uma grande pátria. Os que se dizem nos grandes cargos, seguem a regra da música, quanto maior o cargo, maior o rombo!



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