sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Coari na net

Quase nunca encontramos notícias boas sobre a terra do gás e do petróleo. Aqui mais uma como exemplo: Coari: “Prostituição, doença e miséria”
De uma pacata localidade banhada pelo Rio Solimões a região petrolífera. O que poderia parecer um sonho para os moradores de Coari, no Amazonas, acabou sendo fonte de problemas. O repórter Leonardo Sakamoto conta o que aconteceu em texto publicado no site Repórter Brasil: “A Província de Urucu é um gigantesco complexo de extração de petróleo e gás natural no coração da floresta amazônica. A melhora de vida, promessa que fez a população da cidade de Coari aceitar as mudanças desse progresso, não veio. Muito pelo contrário. O dinheiro dos royalties jorra, mas ninguém sabe para onde”, afirma o texto.
Em 2001, Coari recebeu mais de R$ 19 milhões em royalties do petróleo. Mas o dinheiro não foi suficiente para mudar a vida da população. “A cidade passou a receber muito dinheiro, mas também muita gente. A população que vivia ao redor, espalhada, migrou para o centro”, disse Aziz Nacib Ab’Sáber, titular do Departamento de Geografia e professor emérito do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), a Sakamoto.A população do município cresceu: em 2002, eram mais de 67 mil habitantes- uma enormidade, considerada a baixa densidade populacional da Amazônia. E com isso, multiplicaram-se os problemas. “A prostituição, e doenças, como a malária, proliferaram. A cerca de 2 quilômetros do porto da Petrobras, no rio Solimões, a iluminação do terminal e a movimentação das embarcações afastaram os peixes, que eram fonte de renda e alimentação para a população ribeirinha”, afirma a reportagem.
“Os royalties se destinavam a investimentos em áreas sociais do município. Mas o que se viu foi um aumento da marginalidade e da criminalidade. O hospital não tem equipamentos. Para nós, a saúde continua em estado de calamidade pública”, afirma Manoel Alzimar Cerdeira, coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Coari. “O antigo e o atual prefeito não prestam contas. A gente não sabe o que está sendo feito com esse dinheiro.”

Nenhum comentário: