Meio ambiente coariense

Hoje e amanhã acontecerá em Coari a pré-conferência de meio ambiente. O município tem um débito imenso com seu meio ambiente. Infelizmente esse tipo de acontecimento é para propaganda, barulho e nada será feito de concreto, de real. Tudo só papo, coisa bonita de se vê e ouvir, porém, nada mudará.

Fazer pré-conferência e não trabalhar o saneamento básico da cidade, não adianta nada. Os esgostos expostos deixam sequelas visíveis em váruas ruas e isto não devia acontecer, visto que nas vésperas da chegada do presidente Lula em 2006 foram espalhados diversos outdoor dizendo que o governo federal tinha liberado o dinheiro para arrumar todo o sistema de esgoto, tinha prazo e tudo para começar e terminar. Nada foi feito.

Fazer pré-conferência e não ajudar numa estrutura de educação ambiental ao povo, não adiante muita coisa; porque mesmo que o serviço de limpeza pública, um dos poucos serviços que funciona bem, não vai resolver, nossa má educação vai continuar a sujar a cidade. Nosso Lago e Igarapé do Espírito Santo, coitados, totalmente contaminados.

Abro parentes para dizer que nossos abatedouros públicos continuam sendo uma da nossas vergonhas, e isto, bem dentro de um dos mais bonitos cartões portais da terra do gás e do petróleo. Toda sujeira que se encontra no corpo dos bois ali abatidos vai para as águas escuras do Lago de Coari, levadas pela correnteza invadem o solimões, passando pela bomba da "Colama", vindo parar na barriga dos pobres que não tem condições de ter água de poço ou água mineral, luxo de poucos.

Mesmo a água de diversos poços estão provadas por exames que são fontes riquíssimas de coliformes fecais, é praticamente suco de fezes... daí, tome vermes. As únicas crianças imunes das vermes são as filhas dos que estão com a boca na mamadeira do orçamento do município, estas só tomam água da fonte. Fonte da Santa Cláudia.

Fazer pré-conferência do meio ambiente e continuar vendo as fezes da polulação serem despojadas no Igarapé e no Lago de Coari, é dose. Ver nossa orla da frente da cidade ornamentada de lixo, é dose. Ver nossos lagos serem esvaziados de seus peixes pelos empresários da pesca, é dose. Ver a madeira do município ser devastada, é dose.

Fazer conferência e pré-conferência do meio ambiente para nada servir, de nada adianta!