quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Motocicletas - Prazer e Morte
Nunca foi tão fácil comprar um veículo como nesses últimos anos, os planos de financiamentos estão cada vez mais propocionando o acesso a esse bem de consumo. E no Brasil o sonho de consumo da maioria dos brasileiros é um carro, já na terra do gás e do petróleo, o sonho de consumo, principalmente dos jovens é uma motocicleta.
Juntando a facilidade de comprar uma motocicleta com o sonho da juventude e da população, pronto, eis que Coari está se enchendo desse objeto tão desejado.
Para uma grande parte da população motorizada a "moto" é uma ferramenta de trabalho, aqui nessa categoria se encaixa os/as "moto-taxistas". Devem ser para mais de 400, não sei o número exato, pode ser mais, pode ser menos. São umas seis ou oito associações de moto-taxistas, cada uma com cerca de 75 associados. Eles prestam um grande serviço a sociedade coariense, estão organizados, como mostrou a matéria do jornal A Crítica sobre as "Rosinhas", apesar de serem cooptados pela admiistração atual que tudo controla, em tudo quer mandar, quer ser onipresente.
A outra parte das "motos" coarienses são de particulares que utilizam o veículo para ir ao trabalho, a escola, fazer as coisas do dia-a-dia e lazer. Sendo fácil de manuesear e tendo um custo baixo de manutenção, seja no consumo de gasolina, como na troca de peças ou no seu conserto, é um meio de trnasporte que se encaixa bem numa economia onde o dinheiro é muito concentrado nas mãos de pouco.
É comum encontrar famílias inteiras sobre as duas rodas, pai, mãe, filhos, as vezes até três crianças agarradas de qualquer jeito nos pais, um verdadeiro show de acrobacia. Parece uma festa de circo. Os pais não estão muito preocupados com a situação de risco na qual estão colocando seus filhos.
Encontrar alguém que não seja os moto-taxistas com capacete é coisa rara, muito rara. Nem mesmo quando há um acidente violento e alguém morre com a cabeça desperdaçada, nós coarienses tomamos jeito de colocar o casco de jabuti para nos proteger. Preferimos nos expor ao perigo que desarrumar o cabelo. Preferimos a beleza que a segurança.
Nosso modo de dirigir é altamente perigoso, sempre querendo ultrapassar, indo até na outra faixa, se possível, para isso acontecer e os mais, digamos asssim, "atrevidos" no trânsito são justamente aqueles que fazem dele seu trabalho, colocando em risco até mesmo a vida de seus clientes. Parar diante de sinais, nem sempre, as vezes, para alguns, quase nunca. E nesse jogo também entram os policiais e as pessoas dos órgãos que deveriam fiscalizar, basta estarem de folga.
Não estamos tendo uma educação para o trânsito, nem em casa, nem nas ruas e muito menos nas escolas. Os professores vão trabalhar sem capacete, e parece que tudo é normal, nem percebem o quanto eles influem na formação dos jovens, daí não dar para ensinar nada a essa juventude que os vê sem usar capacete.
A imprudência é de matar, e mata. Agora misture imprudência com bebidas alcoolicas, maconha e mais cocaína, pronto, a receita da morte está pronta. Esse ano já foram três vítimas fatais do nosso trânsito e nenhuma medida foi tomada para mudar, melhorar ou até piorar.
Dos três que morreram, dois eram jovens. E assim caminha a nossa juventude!

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