sábado, 22 de março de 2008

Coari - um município sem Páscoa!
Páscoa significa "passagem", "mudança de vida". Passagem de um regime de escravidão para a liberdade. O mais comum: "da morte para a vida".
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário.
Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A Páscoa é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo.
De uma festa ligada a natureza, passou para a festa da Libertação do Egito e depois para a Vitória da Vida sobre a morte de Cristo.
Seu signifcado de forma mais plena é "vida nova", no sentido de vencer a morte. A Páscoa é compreendida como superação da morte. Onde a morte é vencida pela vida. No dia-a-dia de nossas vidas, vivemos a "Páscoa" quando vamos superando as ações/atitudes de morte pessoais ou comunitárias e dando oportunidades para a vida acontecer de forma mais plena possível.
Desse modo, onde há sinais de morte, não há espaços para a Páscoa. É preciso vencer os sinais de morte com os sinais de vida para a Páscoa acontecer.
Em Coari com tantos sinais de morte: prostituição, prostituição infantil, gravidez precoce, desmatamento, poluíção das águas, morte do Igarapé do Espírito Santo, pesca predatória, crescente aumento de consumo de drogas (maconha e cocaína), violência, corrupção de todo gênero e o pior de tudo: impunidade; a Páscoa não encontra espaço para florescer na cidade.
Olhando para o caminho histórico da Páscoa, suas mudanças de sentido e de realidade, nós os coarienses não passamos do segundo estágio dessa realidade. Isto é, o povo era escravo no Egito, o Faraó mandava e desmandava com mão de ferro, foi quando Moisés conduziu o povo Hebreu para a liberdade atravessando o Mar Vermelho.
Em Coari estamos estamos vivendo o tempo da escravidão, em primeiro lugar escravos de nós mesmos, da nossa ganância e egoísmo; da nossa corrupção que vende e compra votos; querendo o ter a qualquer custo, principalmente os milhões vindos do gás e do petróleo; escravos do poder, da puxação de saco, do saco do poder.
Depois escravos do regime totalitário que governa o município. Se a "Páscoa" é liberdade, ela não é possível acontecer numa ditadura. Portanto somos um das poucas cidades do planeta terra onde a Páscoa não acontece. Podemos até encenar, teatralizá-la mil vezes, mais será só "Cena" e nada mais!

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