Naufrágio

O mundo amazônico é um planeta aquático. Tudo que fazemos aqui é via água. O rio comanda a vida, já dizia sabiamente Leandro Tocantins. Principalmente nossas estradas são por estes caminhos, eles nos tiram do isolamento, mais aqui é distâcia e mais distância.

Navegam por estas águas amarelas, azuias, verdes e negras os mais diversos tipos de embracação; dentre elas, o mais comum são os barcos recreios, que transportam de um tudo de um lado para o outro. Eles são milhares e sem eles seria difícil a vida na Amazônia.

A maioria desses barcos navegam de forma irregular. Mesmo conhecendo todos os trâmites necessários para estarem de acordo com que exige a Capitania dos Portos, dificilmente há esforço para garantir principalmente segurança.

O que menos se respeita é aceitar o número de passageiros que a embarcação suporta. Quase todos andam superlotados, além do que de fato deveriam transportam. Tão cheio como as celas das nossas prisões.

Mais um fruto dessa irresponsabilidade foi o naufrágio do barco-motor Comandante Sales, que foi ao fundo sábado à noite, quando retornava de uma festa. Até ontem, as buscas encontraram 15 mortos e confirmaram muitos desaparecidos.

A embarcação com capacidade para 36 passageiros, transportava mais ou menos 80. Tudo para ganhar R$ 5,00; era quanto se combrava o valor da passagem de Manacapuru até o lugar da festa. A vida por R$ 5,00.

Só esse ano já foram dois grande naufrágios no Amazonas e enquanto as embarcações navegarem do jeito que estão, sem nenhuma fiscalização, barcos continuarão indo para o fundo dos rios e pessoas morrerão, pagando o preço de R$ 5,00; pagando pela morte, alimentando a ganância humana sem fim!

Leia mais aqui.