quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma outra Coari




É muito comum encontrar essa cena das fotos pelas ruas cidade. Para muitas pessoas a pesca "artesanal" é praticamente a única fonte de renda. E dentro da cidade faz parte da economia informal que gera algum dinheiro que sustenta um bom número de famílias.

Quase todos os profissionais desse tipo de pescaria são vindos da zona rural e aqui não conseguiram se encaixar em nenhuma outra profissão que lhe garantisse o sustento da família. Então, o que restou foi viver, tirar o pão de cada dia de um mundo conhecido, que dominam com bastante maestresa.

Pescam de canoa de remo ou com motorzinho na popa, rabeta. Pela força do braço ou do rabeta não vão longe, por isso se faz necessário conhecer as águas que circundam a cidade como a palma da mão. Esse pescar aqui nas proximidades traz a vantagem de que os peixes vendidos por eles serem sempre "frescos", isto é, saídos há pouco d'água.

Mais do que uma profissão, este é um estilo de vida amazônica, símbolo dessa região do planeta. Geralmente uma profissão formatada desde a infância para conhecer um mundo muito próprio, o mundo das águas, dos peixes, anzóis, linhas, redes, chumbos e a dureza que endurece os músculos, dando formas como se fossem fôrmas.

Com a pesca predatória e a pesca feita por grandes barcos e muitas pessoas cada vez mais as águas se esvaziam de seus habitantes e o homem amazônico que vive de pesca "artesanal" é o que mais sofre com essas ausências.

Pelo que tudo indica essa será uma profissão que se extinguirá no futuro. Os pescadores do futuro, são so criadores de peixes do presente, que vão dominar todo o processo desse mundo, desde a reprodução, até a venda.

No futuro comer peixes pescados no natural será um ato do passado, mágico, quase inexistente!

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