Almas Roubadas!

A maior riqueza de um povo é a sua cultura, formada pelo patrimônio imaterial e material. O imaterial é formado pelo modo de vida das pessoas, sua história, seus saberes, suas danças, seus talentos... e o material casas, prédios, ruas, praças, edifícios, igrejas, museus, entre outros.

A relação do povo com esses patrimônios exprimem os valores, o orgulho, a alegria e mostram como viveram e vivem as pessoas. Eles são embutidos de símbolos, carregados de significados, de lembranças que bem vividas e cultivadas são passadas de geração para geração.

A terra do gás e do petróleo não tem cuidado bem de seus patrimônios material e imaterial, logo não cuida de sua história e um povo sem história é um povo sem memória. Mesmo tendo nesses últimos dez anos orçamentos multimilionário, seus administradores não demonstram preocupações, perspectivas e competências capazes de preservarem essa nossa outra riqueza.

Não faz pouco tempo choramos a perda do “Estádio Manoel Brasil”, que depois de ter passado por vários nomes, era conhecido carinhosamente como “Carecão”. Palco de momentos emocionantes do futebol coarienses, com nossos talentos que tantas vezes levaram a torcida ao delírio, teve seu futuro enterrado após ter se transformado numa parte do cemitério Santa Terezinha.

Nem bem as lágrimas secaram pela perda do nosso querido “Carecão”, estamos assistindo calados, sem murmúrios a transformação da “Casa do Alvelos”, talvez nosso maior e mais antigo patrimônio arquitetônico. Com a mudança da arquitetura para um modelo mais moderno, ela está perdendo todo charme que marcou época na história do Brasil.

Até quando nós coarienses vamos aceitar que roubem nossa cultura e nossa história, o que somos?