Fartura e Fome
Depois de dez dias fora, retorno a casa paterna; viajar é bom, melhor ainda é retornar, chegar nas suas coisas, deitar na rede com o formato de seu corpo. Foi uma viagem cansativa, talvez o cansaço seja o acúmulo das milhas navegadas. Milhas de viagem acumuladas no corpo, não são como as milhas acumuladas no cartão de viagens, essas motivam para mais uma viagem, as do corpo pedem descanso, rede.
No barco que me trazia de volta, quase vazio, bom para viajar e ficar na rede, a surpresa triste foi me encontrar no convés com uma pilha de bananas que estava vindo de Manaus para Coari. Foi de cortar o coração. Um município como o nosso que já deu a maior safra de bananas do país, terra da banana, hoje tem que importar a fruta. É triste, muito triste.
Além da pilha de bananas, havia também sacos e mais sacos de limões, fruta que exportamos as toneladas para capital do estado, num passado não muito distante.
E para compreender o porque já não somos exportadores de bananas, limões ou qualquer outra cultura da terra se faz necessário olhar para o passado e para o presente.
Nesses últimos 10 anos (1999 a 2009) a economia da terra do gás deu um giro de 360 graus, ancorou toda e qualquer perspectiva de vida no dinheiro que entra no município via o poder executivo, essa escolha motivada nos conduziu para onde estamos, vivendo em estado de penúria econômica.
Antes disso havia uma estrutura econômica nos bens produzidos e estraídos da nossa rica flora e fauna, de um município que é tão grande territorialmente que chega a ter terra quase igual a de alguns estados do país. Se investia em plantar, principalmente bananas, limões e outras culturas que responderam por longos anos por certa parte da economia de Coari.
Com a chegada do dinheiro dos royalties provindos da exploração da Petrobras do petróleo nas terras do município as coisas começaram a mudar. Toda a economia e formas de geração ou distribuição de rendas ficou girando ao redor desse dinheiro. Trabalhar para quê se eu posso pegar uma migalha desse dinheiro e com ele sobreviver mal, mas sobreviver?
Se a coisa ainda era pouco, para completar vieram os projetos do governo federal, criados pelo governo FHC e levados adiante pelo governo Lula, projetos só de dar e dar. Foi o que faltava para acabar de vez com nossa produção rural. Fazer o caminho de volta custará muito ou talvez a fome o refazerá na marra.
Esta temática é um terreno aberto para a reflexão e a minha pequena inquietação não é o mínimo do que tem que ser dito sobre essa realidade, tão encantadora e tão desafiadora, tão rica, cheia de fartura e ao mesmo tempo tão pobre e cheia de miséria!
Me pergunto será que a fome e a miséria será o nosso presente e o nosso furuto de forma permanente?
No barco que me trazia de volta, quase vazio, bom para viajar e ficar na rede, a surpresa triste foi me encontrar no convés com uma pilha de bananas que estava vindo de Manaus para Coari. Foi de cortar o coração. Um município como o nosso que já deu a maior safra de bananas do país, terra da banana, hoje tem que importar a fruta. É triste, muito triste.
Além da pilha de bananas, havia também sacos e mais sacos de limões, fruta que exportamos as toneladas para capital do estado, num passado não muito distante.
E para compreender o porque já não somos exportadores de bananas, limões ou qualquer outra cultura da terra se faz necessário olhar para o passado e para o presente.
Nesses últimos 10 anos (1999 a 2009) a economia da terra do gás deu um giro de 360 graus, ancorou toda e qualquer perspectiva de vida no dinheiro que entra no município via o poder executivo, essa escolha motivada nos conduziu para onde estamos, vivendo em estado de penúria econômica.
Antes disso havia uma estrutura econômica nos bens produzidos e estraídos da nossa rica flora e fauna, de um município que é tão grande territorialmente que chega a ter terra quase igual a de alguns estados do país. Se investia em plantar, principalmente bananas, limões e outras culturas que responderam por longos anos por certa parte da economia de Coari.
Com a chegada do dinheiro dos royalties provindos da exploração da Petrobras do petróleo nas terras do município as coisas começaram a mudar. Toda a economia e formas de geração ou distribuição de rendas ficou girando ao redor desse dinheiro. Trabalhar para quê se eu posso pegar uma migalha desse dinheiro e com ele sobreviver mal, mas sobreviver?
Se a coisa ainda era pouco, para completar vieram os projetos do governo federal, criados pelo governo FHC e levados adiante pelo governo Lula, projetos só de dar e dar. Foi o que faltava para acabar de vez com nossa produção rural. Fazer o caminho de volta custará muito ou talvez a fome o refazerá na marra.
Esta temática é um terreno aberto para a reflexão e a minha pequena inquietação não é o mínimo do que tem que ser dito sobre essa realidade, tão encantadora e tão desafiadora, tão rica, cheia de fartura e ao mesmo tempo tão pobre e cheia de miséria!
Me pergunto será que a fome e a miséria será o nosso presente e o nosso furuto de forma permanente?
2 comentários:
Padre Zezinho que texto maravilhoso de ser lido.
Aqui gostaria de publicar dois pontos de vista:
1. Solicito que os blogs de Coari/AM lessem essa maravilha de texto, principalmente o Universo Coari, apesar de ser democrático, publica somente textos sensacionalista para que os comentaristas fiquem xingando uns aos outros.
2. Também solicito que o Blog Em Destaque deixe de dor de cotovelo, leia esse texto, e começe a melhorar os seus textos políticos, principalmente, os locais, e informe de verdade como se deu a destruição de Coari/AM no período de 1º de janeiro de 2001 a 16 de outubro de 2009.
Padre Zezinho, nos meus comentários, não quero afrontar ninguém, mais dizer a todos que "Podemos Mudar Coari Pra Melhor!"
Que a fome e a miseria não seja presente e nem um futuro permanente, sempre há tempo de reverter a situação. O,Páis necessita de mudanças,basta o povo acordar
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