Cigano - O Nosso Robin Hood
Robin Hood habita meus espaços lendários desde o começo da minha vida como leitor. Através do mundo dos gibis ele entrou na minha história e ficou para sempre.
Éramos uma meia dúzia de adolescentes, que mesmo pobres, sem dinheiro nos encantamos com esses desenhos, criadores de personagens, que fizeram parte da nossa imaginação. Era uma forma de andarmos por outras terras, além do nosso pequeno Buraco que era Coari.
Não havia banca de revista na terra do gás e do petróle. Os gibis chegavam até nós vindos na bagagem de algum "sortudo"; começava então a girar em nossas mãos; às vezes o último a ter o livro para leitura, encontrava o exemplar em péssimo estado de conservação. Nesse processo de leitura comunitária, não havia dinheiro, tudo funcionava na base da troca, do escambo.
Em seguida com a chegada da TV ele se afirmou nos desenhos, era o nosso herói. Era o que queríamos, alguém que mesmo roubando criasse uma sociedade da partilha. Onde nós, os pobres pudéssemos ter no mínimo uma comida melhorada. Mais o que queríamos mesmo, eram mais gibis, não importava como. Quem tivesse mais, deveria a todo custo partilhar.
Nosso herói representava uma perspectiva de sociedade que devia partilhar. Vivíamos na pele, o sofrimento da sociedade do acúmulo, que não partilha. Naquela época, é claro, não sabíamos bem as causas do nosso empobrecimento. Éramos crianças, cercados de adultos educados para a subserviência. Ou mais, ser puxa saco!
Robin Hood quebrava esses laços e se apresentava, do seu modo, com uma proposta nova.
Segundo o diretor, essa era uma lacuna na história do herói; de como ele surgiu. Portanto o novo filme mostra como ele era antes de se tornar o que é no imaginário coletivo.
Antes, lutava com o rei da Inglaterra, estava com os ricos, lutando por suas terras e seus direitos, contra outras nações, contra o rei. Só depois que decepcionado com um sistema monarca e feudal, injusto, é que vai lutar a favor dos despossuídos.
Quem foi assistir ao antigo enredo de Roob Hood pode sair surpreso ou decepcionado; porém, conhecedor de mais uma parte da história desse heroi que habita um imaginário globalizado.
Éramos uma meia dúzia de adolescentes, que mesmo pobres, sem dinheiro nos encantamos com esses desenhos, criadores de personagens, que fizeram parte da nossa imaginação. Era uma forma de andarmos por outras terras, além do nosso pequeno Buraco que era Coari.
Não havia banca de revista na terra do gás e do petróle. Os gibis chegavam até nós vindos na bagagem de algum "sortudo"; começava então a girar em nossas mãos; às vezes o último a ter o livro para leitura, encontrava o exemplar em péssimo estado de conservação. Nesse processo de leitura comunitária, não havia dinheiro, tudo funcionava na base da troca, do escambo.
Em seguida com a chegada da TV ele se afirmou nos desenhos, era o nosso herói. Era o que queríamos, alguém que mesmo roubando criasse uma sociedade da partilha. Onde nós, os pobres pudéssemos ter no mínimo uma comida melhorada. Mais o que queríamos mesmo, eram mais gibis, não importava como. Quem tivesse mais, deveria a todo custo partilhar.
Nosso herói representava uma perspectiva de sociedade que devia partilhar. Vivíamos na pele, o sofrimento da sociedade do acúmulo, que não partilha. Naquela época, é claro, não sabíamos bem as causas do nosso empobrecimento. Éramos crianças, cercados de adultos educados para a subserviência. Ou mais, ser puxa saco!
Robin Hood quebrava esses laços e se apresentava, do seu modo, com uma proposta nova.
Depois chegaram os filmes, a imagem da partilha, do que rouba dos ricos para dar aos pobres, se confirma. E com Kevin Costner como Robin Hood, o Príncipe da Floresta, a imagem ficou um pouco mais romântica.
A trilha sonora com a canção "olhe nos meus olhos", romântica, lenta; confirmava mais ainda o romantismo do filme. E para completar as imagens ajudavam!
No filme se junta ao povo da floresta, os pobres de seu país para tirar dos ricos para terem um vida melhor.
Ontem foi o lançamento nacional do novo filme de Robin Hood, com uma versão nova da história, de como nasceu a "Lenda" do ladrão dos ricos e do bem feitor dos pobres.A trilha sonora com a canção "olhe nos meus olhos", romântica, lenta; confirmava mais ainda o romantismo do filme. E para completar as imagens ajudavam!
No filme se junta ao povo da floresta, os pobres de seu país para tirar dos ricos para terem um vida melhor.
Segundo o diretor, essa era uma lacuna na história do herói; de como ele surgiu. Portanto o novo filme mostra como ele era antes de se tornar o que é no imaginário coletivo.
Antes, lutava com o rei da Inglaterra, estava com os ricos, lutando por suas terras e seus direitos, contra outras nações, contra o rei. Só depois que decepcionado com um sistema monarca e feudal, injusto, é que vai lutar a favor dos despossuídos.
Quem foi assistir ao antigo enredo de Roob Hood pode sair surpreso ou decepcionado; porém, conhecedor de mais uma parte da história desse heroi que habita um imaginário globalizado.
O Brasil também teve seu herói, lutador em favor dos pobres, que roubava, invadia a terra e o patrimônio dos ricos para destribuir aos mais necessitados. E se chama Lampião.
Por lutar pelo direito da grande maioria de brasileiros do seu tempo e contra os grandes donos de terra, latifundiários; foi perseguido e teve a cabeça a prêmio.
Caçado, foi encurralado e sem direito a ser preso e a um julgamento, foi assassinado, degolado e exposto a público, levado ao ridículo.
Hoje reconhecido como homem corajoso que lutava por um país melhor, pela reforma das leis de distribuição das terras no campo.
Por lutar pelo direito da grande maioria de brasileiros do seu tempo e contra os grandes donos de terra, latifundiários; foi perseguido e teve a cabeça a prêmio.
Caçado, foi encurralado e sem direito a ser preso e a um julgamento, foi assassinado, degolado e exposto a público, levado ao ridículo.
Hoje reconhecido como homem corajoso que lutava por um país melhor, pela reforma das leis de distribuição das terras no campo.
Infelizmente o reconhecimento veio tarde. Morto com reconhecido, é sempre um morto!
Hoje no Brasil o nosso Robin Hood é o Movimento dos Sem Terra, o MST; que batalha para distribuir terras com quem não tem. Mesmo que as terras distribuídas pertencem a alguém; geralmente ricos que não precisam mais do que tem.
Paga, como os outros que lutaram pelo bem comum, um preço alto. Os ricos, donos dos meios de comunicação, não desperdiçam uma oportunidade para dizer que é um movimento contra o Brasil.
O MST segue adiante, até agora foi o movimento que mais assentou pessoas no país, mais que os governos.
Segue indo contra os interesses dos grandes latifundiários, partidos e instituições. O objetivo é partilhar o egoísmo e o acúmulo de alguns; mesmo quando eles não quererm.
Nós também temos nosso herói estilo Robin Hood, que tira dos ricos para destribuir entre os mais necessitados. Assim fez o Cigano com as terras do atual bairro de Ciganópolis.
O homem da foto é o cigano, ele criou um bairro que leva seu nome, apesar dos vereadores (o grupo de 2008) terem aprovado um projeto de lei mudando o nome do bairro de Ciganópolis para Adail Pinheiro. Parece que a autoridade dos vereadores e de seus projetos de lei se desfizeram no ar, não pegou. Todos continuam nomeando o bairro de Ciganópolis, principalmente os moradores da Área.
Cigano sempre morou nesse lugar, desde quando? Nem ele sabe, desde que se entendeu por gente, lá se vai mais de trinta anos. Pelo que tudo indica já nasceu no local. E esta é uma história que vem de seus pais. Ele entendeu que toda terra era de seus pais, mesmo que eles não tivessem nenhuma documentação; isso era no tempo que o que valia era a palavra. Seus pais estavam no local desde que eles também se entenderam, assim foi, de gerações e gerações para trás. Quem sabe foram descendentes do primeiro nucleamento humano europeu no Brasil, os aldeamentos. Podem até ter conhecido Samuel Flitz.
O certo é que se sentindo o único que por ali habitava desde que nascera, o homem sente-se o herdeiro de sangue da terra. Depois de muito calejar as mãos no cabo do machado, da enchada, do terçado e de outras ferramentas de trabalhar na terra e de engrossar as mãos; resolveu vender a terra. Anunciou no boca-a-boca, os compradores começaram a aparecer, foi vendendo os pedaços, pequenos lotes.
Coisa barata, quase de graça, não lhe custou um centavo, nem aos seus pais e nem aos seus avós, não tinha motivo de para custar tanto, até porque sua intenção era vender para quem não tinha terra ou casa. Nem tudo saiu como ele queria, os espertinhos começaram a aparecer, gente que foi comprando lotes de R$ 300,00 para depois vender. Atualmente há por lá muitos lotes ou casas que foram comprados só para valorizar, e valorizou!
O Cigano que não tinha intenção de ganhar dinheiro ou enriquecer, morreu sem ter um pedaço de terra em seu nome. Só levou, como todos nós, os seus sete palmos. Os heróis geralmente são reconhecidos depois de mortos, o nosso nem morto!
Paga, como os outros que lutaram pelo bem comum, um preço alto. Os ricos, donos dos meios de comunicação, não desperdiçam uma oportunidade para dizer que é um movimento contra o Brasil.
O MST segue adiante, até agora foi o movimento que mais assentou pessoas no país, mais que os governos.
Segue indo contra os interesses dos grandes latifundiários, partidos e instituições. O objetivo é partilhar o egoísmo e o acúmulo de alguns; mesmo quando eles não quererm.
Nós também temos nosso herói estilo Robin Hood, que tira dos ricos para destribuir entre os mais necessitados. Assim fez o Cigano com as terras do atual bairro de Ciganópolis.
O homem da foto é o cigano, ele criou um bairro que leva seu nome, apesar dos vereadores (o grupo de 2008) terem aprovado um projeto de lei mudando o nome do bairro de Ciganópolis para Adail Pinheiro. Parece que a autoridade dos vereadores e de seus projetos de lei se desfizeram no ar, não pegou. Todos continuam nomeando o bairro de Ciganópolis, principalmente os moradores da Área.
Cigano sempre morou nesse lugar, desde quando? Nem ele sabe, desde que se entendeu por gente, lá se vai mais de trinta anos. Pelo que tudo indica já nasceu no local. E esta é uma história que vem de seus pais. Ele entendeu que toda terra era de seus pais, mesmo que eles não tivessem nenhuma documentação; isso era no tempo que o que valia era a palavra. Seus pais estavam no local desde que eles também se entenderam, assim foi, de gerações e gerações para trás. Quem sabe foram descendentes do primeiro nucleamento humano europeu no Brasil, os aldeamentos. Podem até ter conhecido Samuel Flitz.
O certo é que se sentindo o único que por ali habitava desde que nascera, o homem sente-se o herdeiro de sangue da terra. Depois de muito calejar as mãos no cabo do machado, da enchada, do terçado e de outras ferramentas de trabalhar na terra e de engrossar as mãos; resolveu vender a terra. Anunciou no boca-a-boca, os compradores começaram a aparecer, foi vendendo os pedaços, pequenos lotes.
Coisa barata, quase de graça, não lhe custou um centavo, nem aos seus pais e nem aos seus avós, não tinha motivo de para custar tanto, até porque sua intenção era vender para quem não tinha terra ou casa. Nem tudo saiu como ele queria, os espertinhos começaram a aparecer, gente que foi comprando lotes de R$ 300,00 para depois vender. Atualmente há por lá muitos lotes ou casas que foram comprados só para valorizar, e valorizou!
O Cigano que não tinha intenção de ganhar dinheiro ou enriquecer, morreu sem ter um pedaço de terra em seu nome. Só levou, como todos nós, os seus sete palmos. Os heróis geralmente são reconhecidos depois de mortos, o nosso nem morto!
2 comentários:
vc ta doido, da onde vc tirou, que o bairro foi mudando, isso nunca aconteceu, se informe melhor. Lá é Ciganolopis. ponto final.
Quem diria que uma pessoa pobre e humilde, ia fazer mais do que o Arnaldo e o Adail junto.
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