sábado, 12 de junho de 2010

Ensinar a Pescar ou dar o Peixe?


Nas cidades por onde ando, gosto de ir em feiras e mercados, em Coari onde moro não é diferente. Nesses quatro anos e meio por aqui, tenho sempre ido na feira e no mercado todas as segundas quando estou na cidade.

De outubro de 2005 até agora, nesse tempo tenho observdo que só agora, depois da enchente passada é que houve uma mudança séria e para melhor na feira. Num dia como o de hoje, sábado as bancas e outros espaços se enchem, se estendendo até na rua ao lado. Essa abundância estamos vivendo também nos outros dias da semana.

Antes da histórica enchente era difícil de ver a feira nesse estado. Claro, muitos dos produtos vendidos, são importados de Manaus, uma vergonha.

Não creio que esse novo tempo que vivemos na agricultura coariense seja fruto do trabalho da atual administração e nem da que se foi e sim do falimento delas, e do término das obras do gasoduto Coari - Manaus.

Desde o fim de 2008 que o município entrou em crise econômica e de lá vem se arrastando. Tudo começou com Rodrigo ou ele pegou o meio de campo já enrolado e não conseguiu deslanchar e passou a bola no meio uma jogada enrascada para Arnaldo.

O décimo de 2008 ou o salário de dezembro não foi pago, se foi um, não foi o outro, até agora ninguém desse governo que passou explicou bem e na cabeça da maioria dos coarienses a situação não ficou esclarecida. Sai governo, entra governo complicado, cresceu o desemprego, as empresas que prestavam serviço a Petrobras, contruindo o gasoduto deram por encerrados seus contratos, desarmaram escritório e se foram, e se já não era pouco os salários entraram numa era de atraso, que até hoje não se conseguiu ser regularizada.

Sem dinheiro e sem emprego, muita gente começou a pensar que deveria se virar nos trinta para a vida andar e foi o que fizeram. Mais desgraça pouca é coisa de rico, para os pobres as desgraças se unem e formam um mar de grandeza e foi isso que a enchente do ano passado deixou na vida de tanta gente.

Com a vazante a terra desabrochou com sua beleza e bondade, pronta para receber das mãos humanas novas sementes para serem fecundadas. Com um tempo longo, uma vez que custou para as águas voltarem. O resultado não deu outro, uma grande abundância dos frutos da terra.

Outro fator determinante foi o falimento do projeto inclusão cidadã que tirou das mãos do homem do interior uma miséria de cem reais, que estavam fazendo de única fonte de vida, um projeto totalmente eleitoreiro que estava fazendo o povo, principalmente da zona rural, verdadeiros mendigos. Sem esses cem, perceberam que pelo trabalho, fruto do suor, poderiam voltar a ser donos de sua esperança. A terra estava aí, com sua bondade a convidar. E deu no que deu.

Agora, mesmo na enchente a agricultura continua a crescer, é só ir na feira para constatar o fruto do trabalho do povo da zona rural. Claro que ainda terão que recuperar os anos que passaram na mendigância.

Na minha inquietação me pergunto o que é melhor se dar o peixe ou ensinar a pescar? Se dar cem reais e fazer um povo mendigo ou ajudar com prejetos sérios, onde as pessoas possam perceber que via trabalho podem ter para viver?

A história recente está aí para mostrando o que podemos aprender, ser queremos avançar ou retroceder!

Um comentário:

HOMEM DE COARI disse...

Boa noite,

BELO TEXTO...SEM DÚVIDA DEVEMOS DAR OPORTUNIDADES AOS PEQUENOS AGRICULTORES DE COARI, INCLUSIVE LEVAR A AGÊNCIA DE FOMENTO DO ESTADO DO AMAZONAS (AFEAM), EM PARCERIA COM O IDAM (COARI)...UM DISPONIBILIZA RECURSOS E O OUTRO FISCALIZA A APLICAÇÃO DOS RECURSOS E DAR TODO O APOIO TÉCNICO PARA UM MELHOR PLANTIO...PARA PODEREM EVOLUIR...INCLUO NESTE TEXTO O AUMENTO DE ALCOÓLATRAS QUE SE ENCONTRAM VIVENDO NA PRAÇA DO CRISTO REDENTOR...SEM TRABALHO, SEM FAMÍLIA, SEM ESPERANÇA...VALE RESSALTAR QUE MENTE VAZIA DESPERTA OUTROS INTERESSES QUE NORMALMENTE SÃO NEGATIVOS...