Viajar é preciso

Depois de quase cinco meses com base montada em Manaus, resolvi fazer uma viagem como parte do meu novo projeto de vida. A primeira idéia era ir as cidades do Rio Negro, São Gabriel, Santa Izabel e Barcelos. Porém, depois de feitas as contas de tempo e dinheiro; tive que mudar de rumos; me faltavam as duas coisas. A opção que sobrou foi a de optar por lugares mais pertos e econômicos.

Deixei Manaus ontem 11h00, no barco uma legião de estrangeiros, paraenses, gente boa, ótima convivência por todo percurso. Viajar de barco/recreio tem lá seus desafios e encantos. Como desafios, primeiro é continuar sem andar nos serviços de bordo, na higiene (banheiros em alguns horríveis), alimentação e roubos. Os encantos são em primeiro lugar os preços, não é atoa que é o transporte dos mais pobres da Amazônia e para mim, o melhor de tudo de viajar nesses barcos são as relações, as convivências que podemos estabelecer na viagem.

 Havia muitas crianças no barco, a maioria de joves e algumas delas mães solteiras. São jovens que vão para o Amazonas tentar melhorar de vida. Umas vão para Manaus buscando dar uma melhor condição de vida aos filhos deixados na terra e outras em busca de melhorar a vida, acabam engravidando em relacionamentos nascidos na solidão e na carência da distância da casa e dos amigos. Crianças filhas das viagens, das águas, dos botos.

É a primeira vez na vida que faço esse caminho, descer o Amazonas até o Pará. Atualmente o brasileiro tem viajado muito e o coariense também, porém nosso destino mais comum tem sido o nordeste, pouco conhecemos nossa Amazônia. Não sei se não tivesse o interesse de pesquisa se estaria aqui. A paisagem é mais ou menos comum com o nosso médio Solimões e as cidades também não são muito diferentes das nossas, pelo percurso o barco parou em Itacoatiara no começo da noite e em Parintins ao amanhecer.

Agora é ir percorrendo caminhos novos, desconhecidos, um novos tempo (rsrs)!