Boa parte dos professores de Coari apoiaram a candidatura de Arnaldo Mitouso para prefeito de Coari; cerca de 60%. Desses uma grande maioria, se envolveu no período eleitoral e trabalharam para elegê-lo. E todos, digo, todos, gratuitamente. Muitos deles gastando de seus rendimentos. Queriam a mudança.

Essa categoria depositou grandes esperanças no atual grupo que administra a terra do gás e do petróleo; por isso são os mais decepcionados. Pela formação e pelo momento acreditavam que seus votos eram e como foram, de quase todos, "um voto consciente". Tinham a oportunidade de "mudar" e nela entraram de cabeça.

Esperavam que com Arnaldo no comando do Palácio 02 de Agosto e 'alguns deles' em funções de primeiro escalão, a situação poderia ser diferente. E não foi. A categoria se uniu em torno da idéia de que "as coisas" seriam melhores para eles e a tão sonhada liberdade chegaria. Puro engano.

Os salários não correspondem a espectativa e como só isso não bastasse, os atrasos de seus vencimentos são uma sangria, uma vez, que todos os meses as contas são pagas atrasadas. E como acreditavam num projeto educacional que encantasse o mundo da educação coariense e ele não chegou até agora, nada mais esperam. Sonham que no mínimo seus salários sejam pagos na data certa.

O sonho virou pesadelo!

Claro que nem tudo foi perdido, uma pequena minoria deles, os "cabeças", estão bem, e digamos de passagem, muito bem. Com bons cargos e bons salários, disso não podem reclamar; muito pelo contrário, defendem com unhas e dentes afiados o que antes criticavam. Os altos salários que não aceitavam, hoje cabe bem, pois, são os deles. E se alguém questionar é porque estão do lado do ex-prefeito. Psiu, silêncio. Agora quem critica é inimigo.

Um desses, foi presidente do Sindicato dos Professores de Coari por alguns anos, hoje é braço direito do atual presidente da Câmara, Iran Medeiros. Todas as suas idéias e críticas da situação da educação que era ruim na época e que agora já não se importa, elas (sua idéias) não contam mais, principalmente para ele mesmo. O que conta é o seu salário.

Agora estão dizendo a todos, que, o que diziam antes, eram discursos de conveniências, de seus próprios interesses. Os interesses alcançados, acabaram os discursos e o que sobrou, o que veio fora, o pedaço do iceberg, são os seus salários, o dos outros professores não importa. Esses são mais pobres que o homem da foto.

Não que devemos ter vergonha de sermos pobres. Quem deveria sentir vergonha não é o pobre, mas quem cria pobreza

Esses professores que trabalharam com amor por Arnaldo, acreditando nele, dando a ele seu voto "consciente", gratuitamente; nele não vão mais votar. A confiança foi quebrada. E lembrando que professor não vota sozinho, ele é uma categoria que influencia outra categoria, maior e mais forte = o mundo da educação = alunos e pais!