terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Crônicas de um carnaval coariense

Terça - Angêlica

Quinze para as sete da manhã, Angêlica se esforça para lentamente ir colocando suas coisas na mala. A memória resistindo e chorando trazia com força as lembranças dos últimos acontecimentos. Duas da manhã e tinha acabado de chegar, a porta foi aberta com força. Seu tio avançou para ela, tirou sua roupa e forçou fazer relações. Lutou, lutou, porém, tudo foi inútel, ele era maior e mais forte.
 
Se achava uma menina de sorte, pois, as boas lembranças também habitvam sua vida e lembravam da noite maravilhosa com Marcelo. As fantasias dançavam sozinhas, ele de piriguete e ela de homem, com bigode e tudo. Lá pelas tantas, começou uma gritaria, uma confusão, ela não entendia muito bem. Ouvia as pessoas gritarem fora, pede pra... e sai e outros palavrões que se misturavam a fala de alguém pelo microfone. Só depois entendeu que era o prefeito que falava. Pelo grito do povo, se perguntou: será que é tão ruim assim?
 
Ficaram girando pelo centro cultural, eram desconhecidos e o povo, principalmente jovens estavam vivendo um momento que parecia que o mundo não iria continuar no outro dia. Será o fim do mundo? Muitos já estavam ultrapassando a cota do corpo de álcool e vez por outra, sentiam o cheiro de drogas.
 
Em algumas partes do local era difícil saber o sexo das pessoas e dainte da euforia, dos esfrega-esfrega não percebia quem era homem ou quem era mulher. Em outros locais encontravam stand de algums secretarias, tentando quase que inultimente controlar a presença de menores, em sua maioria meninas entre 12 a 16 anos, desamompanhadas dos pias. A Secretaria da Saúde também distribuia centenas de preservativos.

Depois de muito verem, se agitarem; ao som de ai, ai se eu te pego foram deixando o Centro Cultual e se dirigindo a casa. Chegando lá, ela estava vazia, todos tinham ido para o "carnaval". Com a casa vazia, entregue a eles, se amaram até a exaustão. Delícia, delícia...
 
Agora os movimentos dos braços, das mãos não obedeciam, eram fáceis, levar suas coisas para a mala. O corpo doendo não entendia o que havia acontecido e as razões que seu tio tivesse lhe estrupado. Desde o dia em  que tinha chegado em sua casa, ere era só carinho, só acolhida, só respeito, se derretia no mel. O tempo passava, não ficaria mais um momento naquela casa, iria pegar o barco de Tefé e que logo mais deixaria Coari.
Na mesa do café, todos estavam esperando Angêlica com muita fartura. Seu tio na "cabeça da mesa", era o mais alegre de todos!
 

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