A Invenção de Hugo Cabret

O filme conta a história do pequeno Hugo Cabret, órfão que tenta resgatar seu passado e a vida de seu pai através do concerto de uma geringonça movida a peças de relógio. O diretor Martin Scorsese conduz com maestria esse projeto – adaptado da obra literária de Brian Selznick. 

Por diversas vezes adiei assistir esse filme; fui adiando, adiando, o tempo passou e não deu para vê-lo na telona. Para minha surpresa encontrei o filme em Coari numa banca de piratas e uma das primeiras coisas que fiz ao chegar em Manaus foi colocá-lo do DVD.

Scorsese constrói sua obra calcada na nostalgia. Mas a nostalgia boa e saudável, sem bases na negação do presente e nos transporta para um mundo de sonhos. O diretor e o roteiro brincam a todo o tempo com essa questão do velho/antigo x novo/juventude.

O jogo trançado no filme entre nostalgia, mundo de sonhos, tempo, velho/antigo x novo/juventude, mexeu e remexeu no báu de velhas lembranças, da Coari dos cinemas. Para os jovens, nós velhos vivemos na terra do gás e do petróleo na época que tinha cinemas. A lembrança do primeiro filme que assisti está sempre presente entre as boas coisas que vivi. Foi num cinema experimental que funcionou por um curto período de tempo na então "Associação dos Estivadoresdores"; mais ou menos onde funciona hoje uma oficina, quase em frente ao órgão da limpeza pública.

Depois veio o Cine Alex e o meu tio "Carlos Lima" operava a máquina de projeção dos filmes e tinha como assistente meu irmão "Lima". A sala de projeção era um pequeno espaço mágico, inesquecível. O grande sucesso impulsionou o grupo Moraes e inauguraram no bairro do Tauámirim o cine São Francisco. Infelizmente nossos cinemas não resistiram a chegada da caixa mágica, chamada televisão.

Velhos tempos, belos dias, boas lembranças!