sábado, 21 de abril de 2012

O Brasil dos irmãos Villas-Bôas, o Brasil de todos nós


O filme "Xingu" em homenagem a saga dos irmãos Villas-Bôas em comemeração aos 50 anos da Criação do Parque Nacional do Xingu, lançado uma semana atrás nos cinemas do país, é uma grande homenagem aos Índios do Brasil. Bem recebido pela crítica nacional e internacional, o filme tem tudo para ser um clássico do cinema nacioal.

Acima de tudo, mostra o bom momento que vive o cinema brasileiro e como amadureceu, não só diante de si mesmo, como também no mundo das telonas internacionais. Foi um dos filmes mais assistidos da semana, não só pela sua história, mas, principalmente pela sua qualidade

A história dos Irmãos Villas-Bôas mostram um outro Brasil aos brasileiros, o Brasil dos povos indígenas; sem fantasia, infantilidade ou poesia da vida desses brasileiros tão sofridos e que lutam uma guerra permanente, que já dura mais de 500 anos, para viverem no que é seu por direito; pois, foram os primeiros que aqui chegaram, cerca de dez mil anos atrás.

O filme é uma inquietação, acima de tudo, sobre o sistema capitalista consumista e desenvolvimentista que vivemos. Ele questiona se esse estilo de vida assumido pelo ocidente e propagado pelos Estados Unidos pelo mundo é de fato bom para o ser humano e o planeta terra. Certo momento um dos personagens do filme, questionado por uma autoridade sobre o "atraso de vida dos índios" que "atrapalha o desenvolvimento do país"; ele responde dizendo que esse estilo de vida não é bom para os indígenas e pensa que nem para o resto dos brasileiros.

Faço minhas as palavras de Eliana Brum na sua coluna semanal na Revista Época:

"Talvez, hoje, a presidente Dilma Rousseff passasse um pito na guerrilheira Dilma Rousseff: “Não há espaço para a fantasia”. E imediatamente esquecesse que foi essa “fantasia” que tornou possível não só a própria democracia, mas a ascensão de um operário à presidência do Brasil. E também a tudo o que veio depois – inclusive ela. Foi essa mesma frase, em minha opinião a mais infeliz de sua trajetória como presidente, possivelmente de sua vida, que Dilma Rousseff declarou aos ambientalistas que combatem Belo Monte, no início de abril, afirmando que não mudará sua política de “desenvolvimento” para a Amazônia. O que nos faz concluir que, diante dos Irmãos Villas Bôas, os indigenistas de ontem, Dilma Rousseff só poderia dizer o mesmo que diz para os indigenistas de hoje: “Não há espaço para a fantasia”.

Cara presidente, se não existisse “fantasia” não existiria humanidade – não existiria nem mesmo o conceito de nação. Como disse Fernando Meirelles, no site da produtora O2 Filmes: “Sonhe um pouco, presidenta. Ou ao menos escute o sonho dos que conseguem sonhar”."


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