Rui Machado, a força do grito da Arte

Levaram milhares de anos construindo as mais avançadas, das mais avançadas tecnologias já existentes no mundo amazônico e viram tudo ser praticamente destruído em menos de 500 anos. Pouco se sobrou e o que sobrou é tratado como mundo de segunda-mão. Antes foi pela força da cruz, da espada e da pólvora; hoje a morte se dar pelo preconceito.

O tempo encobriu muitas das coisas que tiveram que ficar para trás, largadas de qualquer jeito. O mais necessário era a vida do corpo, do físico; que ficasse a alma, enterrada já não me pertence; são dos que viriam, do futuro.

Dedico este post ao artista amazônico Rui Machado. Desde que me encontrei pela primeira vez com sua arte, numa exposição ano passado no ICBEU, me encantei e apaixonei. A força das cores e dos traços expressam com clareza a arte do artista.


Com sua arte escava e nos revela mundo enterrados há milhares de anos.


Entra com seus pincéis e suas tintas num território que pertence a nossa história subterrânea da amazônia. Aquela que fica entre memória e esquecimentos. Aquela que se vincula a tudo o que constitui a face escondida e desconhecida da história oficial. Que foi deliberadamente colocada nas margens da história para que esta se desenrolasse, confortavelmente, a partir de um centro hegemônico.

Rui está escavando com sua arte encantadora, mundos que foram soterrados, deixados para trás, um mundo que se foi. Deixará um legado para o futuro e através de sua arte, futuras gerações poderão ter no mínimo pedaços infímos, porém, de uma riqueza que será capaz de expressar milhares de anos de passados desconhecidos.

Sua arte falará, gritará por todos os anos que famos em silêncio!