quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mamma África

 

Celebramos nesses dias a semana da consciência negra. Um tempo conquistado com luta, paciência e dedicação dos que acreditam que é preciso e possível fazer diferente para um/com povo que literalmente carregou boa parte do Brasil nas costas. Carga pesada de toda e qualquer coisa, inclusive merda, os corpos, também no ventre e a alma de elites econômicas e políticas.

Escravizados ainda na África eram trazidos para o Brasil de qualquer jeito nos porões dos navios negreiros. Uma vez no Brasil eram vendidos feito mercadorias. Os valores variarem conforme as condições estabelecidas pelo pregão da época = Estrutura física, idade, beleza ...
Depois de vendidos, marcados a ferro e fogo, a vida de trabalho era dura nas fazendas de açúcar ou nas minas, na cidade, nas casa, nas cozinhas e nas camas dos patrões e de seus filhos.

Na África tudo ficava partido e repartido = famílias, amores, amigos, trabalhos, terras, campos, casas, criações e plantações, cargos, títulos... só vinha para o Brasil o que o corpo e a alma podiam carregar = saberes, talentos, artes, cantos e rezas, culinária, profissões, essas impossível de arrancar, pois faziam parte do DNA dos diversos povos que aqui embarcaram.
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Na casa grande a África que estava em cada um se refazia nas lembranças e práticas plantadas com lágrimas de saudades num solo que tudo absorveu e fez nascer uma pátria dentro da outra. Desse povo negro herdamos tantas riquezas, mas, no momento certo, trouxe a alegria, de quem mesmo sofrendo, não parou de se alegrar e junto com o povo/mãe os índios pintaram com mais uma cor o Brasil que ainda hoje continua sendo manchado.
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Com o que sobrava dos animais, eles criaram a feijoada. Com o que sobrava do pão, o pão dormido, o pão amassado pelo diabo eles criaram o vatapá. Com o que sobrava das forças, do tempo e do corpo eles iam se reconstruindo, se refazendo no canto, nas rezas, nos atabaques, no amor e nos sonhos ... e nessa luta/labuta de amor/sangue e sonhos nós herdamos o grande brasileiro "Joaquim Barbosa", entre tantos negros e negras que tanto orgulho o Brasil têm! 


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