terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Turismo coariense - entre urubus e malária

Todo fim de ano a Revista Veja publica uma "Edição Especial" sobre o melhor do Brasil. Um número totalmente voltado para o turismo. É voltado para os viajantes, turistas do país e do experior.
São várias as modalidades examinadas por um grupo de expecialistas do ramo. Todas tentando mostrar nossas belezas.
A sessão que mais trabalho exige é a das cidades. As melhores cidades para serem visitadas do Brasil. Quando li a revista me veio uma tristeza ao perceber que do Amazonas só estão na revista as cidade de Manaus, claro, esta não poderia ficar de fora e do interior somente Parintins e Iranduba. É triste, muito triste.
Daí as idéias ficaram girando pela cachola e veio então a pergunta: O que levará alguém de qualquer parte do Brasil e do Mundo ir até Coari para fazer turismo? Depois de alguns minutos falando com meus botões, não encontrei nenhum razão para isso.
Também pudera ir a Coari para ver urubus, lixo por todo canto, esgotos a céu aberto, merda de cachorros e buracos pelas ruas, beber água com coliformes fecais e ainda correr o risco de pegar malária... Nunca!
UP Date
O turismo é cada vez mais uma atividade econômica relevante para municípios, estados e países. Por isso seus governantes investem na estrutura de cidades e de seus arredores com a finalidade de fazer determinados espaços urbanos ou rurais áreas de atrativas para turistas.
O turismo em Manaus vive da herança histórica, herdada dos tempos da borracha; principalmente da sua bela arquitetura. Agora, se ela não fosse a capital da Amazônia, uma grande cidade encravada no meio da selva, teria um número mínguado de turistas, visto que seus governantes estão investindo pouco em conservar e em criar novos espaços para atrair visitantes.
Parintins soube fazer do seu festival folclórico; segundo maior festival folclórico do estado do Amazonas, porque segundo a Secretaria de Cultura do Município de Coari, a terra do gás e do petróleo, ocupa o primeiro lugar; um chamariz para o turismo e a cada ano nos três ultimos dias de junho arrasta uma multidão para lá. Passado esse tempo Parintins é uma cidade morta.
Iranduba está fazendo a diferença e graças ao Paulão, antropólogo, bonequeiro, profissional diversificado e criativo. Paulo soube compreender que o passado é capaz de fazer o novo nesse município insignificante. Junto com ele uma equipe começou a mostrar através dos meios de comunicação o rico acervo arquiológico que é o município. Deu certo. Diferente de Parintins eles não têm uma época do ano para o turismo, apesar do número ser menor que a terra do boi, o turismo por lá está se tornando uma atividade geradora de renda o ano inteiro.
Coari poderia ter um carnaval cheio de turistas para ver a arte e alma do povo refletida em seus blocos, era só investir, porém a Secretraria de cultura resolveu investir no carnaval baiano, cabe ao coariense que deixou de mostrar sua arte e sua alma, ser um mero brincante ao som dos baianos.
Coari tem um dos maiores sítios arqueológico do Amazonas, localizado na Vila Lauro Sodré, poderia ser um chamariz para turistas, era só investir. Porém, estão investindo em construir obras que precisam de investimento da prefeitura; para completar elas estão é destruindo os sítios arquológicos. Tudo para reeleger o "boy" do local.
Melhor ter um vereador que não faz nada do que ter renda através do turismo para a população local!

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