Semana passada estive em Manaus, por motivo de compromissos precisava está em Coari no sábado à tarde. Por esta razão decidi na sexta vir no "barco recreio" - "barco de linha" Fernandes II; a informação que tinha sobre o barco é que ele era um dos mais velozes da linha Manaus-Coari-Manaus. Como precisava chegar cedo, embarquei.
Embarquei numa viagem de dores de cabeça. Afixado bem na Proa (frente do barco), estava uma faixa dizendo que o horário de partida era 11h30. Um bom horário para quem quer chegar cedo no porto coariense.
Cheguei no barco, na verdade chegamos porque estava comigo um amigo, aí por perto das nove, era cedo, quase ninguém ainda havia chegado, ótimo. Atamos as redes e deixamos as bagagens na responsabilidade de um amigo e fomos fazer as últimas compras. Retornamos perto do horário de partida e nos deparamos com nossa primeira dor de cabeça, a "primeira classe" do barco estava lotada. Nossas redes estavam num trançado de tupé, dormir seria quase impossível. E foi muito difícil.
A segunda dor de cabeça veio com o atraso do barco, ele não saia, já passavam das 12 horas e nada, entramos horário adentro e nada. A notícia correu o barco como rastilho de pólvora incendiado: os documentos da embarcação estavam irregular. Deixamos o porto da capital quase às 14h00.
Saimos, antes de completar meia hora de distância de Manaus, a Capitania dos Portos encostou sua lancha ao nosso lado. Depois de ter feito a verificação ficou comprovada duas irregularidades: cargas mal arrumadas e excesso de passageiros. Todas duas situações de risco, visto que coloca a vida dos passageiros em perigo. Resultado, o barco teve que voltar para o Porto de Manaus. Voltamos e paramos num porto longe da cidade, foi a estratégia que os donos da embarcação encontraram para os passageiros, já estressados, chateados, não desembarcarem. Todos se chatearam mais ainda. Mesmo distante de um porto perto do centro, alguns passageiros abandonaram a viagem.
Depois da carga arrumada, levou-se um bom tempo para isso e os passageiros, lembremos aqui de um detalhe, esses passageiros eram os que vinham no barco por conta da "Prefeitura de Coari", eles foram escondido nos camarotes e isso até quase o Iranduba. Pode?... Pode!
Desde o começo do atraso, vários passageiros foram pedir informações dos responsáveis pela embarcação; todos foram tratados de forma mais estúpida possível; mesmo aqueles que tentavam falar com calma e educação, eram recebidos com gritos, parecia que a impressão era humilhar quem tentasse dizer uma palavra contra a situação. As ameaças de deixar passageiros pela beirada do solimões eram cada vez mais constantes.
Chegamos em Coari quase 09 da noite. Foi uma viagem insuportável e o desrepeito aos passageiros foi geral - é assim que somos tratados quando buscamos nossos direitos!
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