terça-feira, 16 de março de 2010

A Farinha nossa de cada dia


A farinha de mandioca é a base da alimentação do homem amazônico; atualmente valendo ouro, pouco aparece no prato de boa parte de nossas mesas.

Com a enchente do ano passado e a água invadindo o roçado, começou a complicação de colher a farinha que foi plantada na várzea e boa parte da terra firme. Com a maniva perdida, indo águas abaixo, não sobrou muito desse tipo de "semente" de farinha para ser plantada.

Forçada pela lei de mercado de que a abundância ou a falta define o preço de um produto, ela foi parar na alturas. Não que esteja faltando farinha nas feiras e mercados da região, só que ela está sendo importada do Para e de outros estados da região Norte.

E não é só uma questão de preço, o principal é a qualidade que tá mexendo muito com nós, "cablocos" do Amazonas. Apareceu na praça uma farinha feita de modo mecânico e misturada com outras substâncias químicas, eliminando o sabor natural que ela sempre teve. É um sabor meio emborrachado, meio de isopor, como disse uma amiga minha, comedora de farinha nata, quem não sem a "puba"; essa farinha não tem gosto e nem cheiro de farinha.

Frainha daqui, regional como dizerm os vendedores tem sabor de trabalho, de mãos calejadas, de suor, sabor da nossa gente e de nossa terra!

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