segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Iceberg de porre II

O fim de semana foi sangrento na terra do gás e do petróleo, dois jovens perderam a vida, vítimas fatais de acidente de motocicleta. O número de jovens que morreram vítimas desse tipo de morte em Coari nesses últimos anos, é alarmante.

Os jovens brasileiros são os que mais morrem vítimas das diversas violências na América Latina. E os de Coari confirmam esses dados das empresas especializadas em pesquisas. Uma grande perda humana para o Brasil.

A grande perda de vida da juventude não é culpa dos jovens; mais sim de um sistema que joga todas as fichas da felicidade na satisfação do ter em detrimento do ser. O que conta é ter. Assim vivemos num tipo de vida que nos empurra para o individualismo e se não temos o cuidado para a ganância e a curtição do imediato.

Na década de sessenta e revolução sexual e o forte movimento social eliminou da vida das pessoas, principalmente da dos jovens os valores implantados por dois mil anos pelo cristianimos. Casamento, virgindade, respeito, entre outros valores foram por água abaixo. E o proibido ficou proibido. É proibido proibir. Foi-se tirando das mãos dos pais a responsabilidade de orientar os filhos.

Com a queda do muro de Berlim, chega com força total um mundo globalizado, onde tudo é marcado pelo consumo, logo, as lutas sociais perderam o sentido. A moda agora é consumir, seja o que for; quem não consome, logo, não existe. Passou o encantamento das grande lutas sociais.

O que sobrou então para dar valor a vida dos jovens? O aqui e agora, o que se pode usar no momento. E isto significa que dentro, no interior da pessoa está o vazio porque a satisfação pessoal está no mundo do lado de fora. Sendo assim, o "eu" perde o valor; o sentido de viver.

E para prencher o vazio nada melhor que poder comprar mais alguma coisa, até enjoar de tudo ou não poder comprar nada; tanto um caso, como o outro nos conduz a angústia e para espantar os fantamas das angústias nada melhor que um deus que me agrade, que seja do meu jeito, assim eu compro, ou um bom gole de bebida, ou ainda uma boa droga. É uma ilusão para curar outra ilusão.

E quando a vida não tem valor, para quê viver?

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