Outro Mundo é Possível

Foram muitas vezes que viajando pela zona rural da nossa Amazônia encontrei as paredes apinhadas com toda a vasilhame de cozinha da casa, ariada, limpa, brilhando; organizadas conforme o tipo e serventia das vasilhas. É um mundo delicado e belo exposto para encantar os olhos e que diz tudo sobre a família dona do lar. Em geral são famílias trabalhadoras, limpas e que adoram esse mundo amazônico em que vivem.

Contemplar esse mundo é perceber uma ordem estabelecida entre o ser humano desse espaço e suas coisa; não há aqui uma ordem do aparato do judiciário e sim uma harmonia das pessoas e seus arredores, feita de trabalho e de cuidados, de respeito e aproveitamento do que se pode tirar e doar de ambas as partes para o bem viver.

De um lado está o ser humano que com seu trabalho, com o seu suor, tira da naturez o sustento, o seu pão de cada dia, por outro lado a natureza sendo respeitada em sua abundância, vai ter sempre o que dar e se renovar para está a disposição de sustentar quem dela souber usar e valorizar.

Mesmo sendo harmônico esse mundo não é perfeito, a parede com seus espaços pode está querendo nos dizer que o caos pertence tanto a natureza humana, como também na natureza em si própria. Pois somos sabedores de nossas ações que estão quebrando a sintonia e matando espaços que são de vida, como também sofremos com a força que vem da natureza, das enchentes, da terra caída, dos temporias, do veneno dos animais, entre outros.

A chegada dos descartáveis estão se entranhando no dia a dia das pessoas e vão cada vez mais fazendo parte da vida. Diferente dos pratos, copos, colheres de esmalte, aluminío, vidro, eles não encantam e nem criam a harmonia entre o ser humano e a natureza, e sim quembram essa relação do cuidado, gerando destruição e morte de tantas coisa belas.

As donas de casa da Amazônia deveriam dar aulas aos candidatos a gestores das cidades brasileiras; ensinar a eles como cuidar, de organizar e de criar empatia e harmonia entre as necessidades reais do povo e os orçamentos municipais. Infelizmente, parece que nada queremos aprender dessas grandes mulheres da floresta!