Povo Marcado, Povo Feliz

O Especial sobre Petróleo e Gás do jornal Acritica não trouxe muitas novidades, porém, mostrando com clareza e objetividade uma realidade pode ajudar a compreendermos as várias facetas desse mundo que movimenta milhares de pessoas, bilhões de dólares e que está deixando um prejuízo incalculável nas populações dos municípios e na floresta. Só o tempo vai dizer o tamanho do estrago.

Gostaria de pontuar algumas temáticas que a matéria levantou:

1. a região amazônica é rica em petróleo e gás, as descobertas estão mostrando uma enorme quantidade dessas duas grandes riquezas e ainda estamos só no começo das revelações do que já foi encontrado e com certeza há muito para ser explorado;

2. os bilhões de dólares investidos em pesquisas, explorações e negociações de compra e venda é impressionante;

3. dainte dos bilhões de dólares investidos, os lucros também são bilionários;

4. o repasse de dinheiro aos municípios e estado do Amazonas são enormes e fazem Coari ser o município mais rico do interior do estado;

5. a riqueza do gás e do petróleo está enriquecendo apenas uma minoria, os dos grupos dos prefeitos;

6. não se sabe o que é feito do dinheiro que é repassado para Coari, quanto mais dinheiro o município recebe, mais pobre ele fica;

7. o povo da cidade e do interior de Coari não ver a cor desse dinheiro, vivem num estado de pobreza e miséria, iguais aso municípios mais pobres do estado do Amazonas;

8. os indicadores sociais de Coari: educação, saúde e seguranção são são iguais ou piores que os dos municípios das regiões mais pobres do Brasil e da África;

9. a desestruturação social e familiar é grande, principalmente o número de jovens mães solteiras.

O jornal nada fala das questões ambientais, quem sabe façam um outro caderno especial sobre o assunto e o tempo vai nos dizer muito sobre a questão; provavelmente, quando os poços secarem!

Esse ano é ano eleitoral, a terra do gás e do petróleo virá nesse tempo dinheiro ser distribuído como água. Será uma campanha eleitoral multi-milionária. A mais cara da história do município.

Diante disso tudo, fico me pergunto e nós coarienses, e nós amazonidas o que estamos fazendo? Ou somos mesmo povo-gado como canta Zé Ramalho, povo marcado, povo feliz? Ou estamos sentados com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar ou na praça dando milho aos pombos? Possa ser que seja isso e muito mais, olhe lá!