terça-feira, 17 de abril de 2012

Nas mãos de quem está o dinheiro das drogas?


As drogas foram transformadas num negócio, num empreendimento mundial, movimenta trilhões e vieram para ficar. Os grandes plantadores, exportadores, importadores e distribuidores de cocaína se apresentam socialmente como grandes/megas empresários; transitam livremente nos diversos meios sociais e se relacionam com as mais diversas "elites" do mundo.

Os negócios das drogas têm tentáculos em diversas áreas da economia, passando pela pirataria, prostituição, tráfico humano e de armas, contrabando, falsificação  e todo tipo de negócios considerados ilegais e também pela lavagem de dinheiro em muitos investimentos/empreendimentos considerados legais.

A terra do gás e do petróleo seguiu a onda brasileira, entrando na onda das plantações de maconha para abastecer o mercado local. No começo, eram os plantadores na área rural do município e os compradores, pequenos emprededores na cidade que distribuiam para as bocas de fumo que faziam chegar até os usuários/consumidores dos produtos. Essa época enriqueceu alguns que hoje estão com a fortuna lavada e longe do mundo das drogas. São na terra do gás e do petróleo cidadãos de bem!

A segunda onda foi nossa entrada na jogada mundial e latinoamericana da cocaína. O mercado internacional foi incrementado com a "branquinha", mais cara e com o rótulo de ser uma droga da classe média. A terra do gás não tinha um "empresário" poderoso, que comprava/importava e distribuia para os outros, mas, vários compradores/importadores e distribuidores.


Com a confirmação da rota do tráfico pelo solimões, atravessando o território aquático do município, entramos na terceira onda, uma jogada de mestres e perigosa. Alguns "empresário importadores/distribuidores" através dos "contatos" (provavelmente dos velhos fornecedores, experimentados no ramos e bem informados) ficavam informados das descidas de drogas em pequenas lanchas que fazem os mais diversos atalhos; atacavam os transportadores, disfarçados de polícia ou não, se apossavam da carga e distribuiam em Coari.


Essa onda, além de colocar a terra do gás e do petróleo na rota internacional das drogas; pelas ações de coragem e ousadia deu visibilidade aos traficantes de Coari. E de quebra os deixou capitalizados.


A quarta onda é a da atualidade e veio na onda da terceira onda. Conhecidos no mundo do tráfico, capitalizados e com um mercado coariense de consumo de cocaína em crescimento; nossos "empresários" se tornaram grandes importadores, capazes de abastecer Coari e de vender no grande mercado consumidor de Manaus.


Uma vez que nem todos os nossos "empresários" da área entraram na jogada de se apossarem das drogas dos traficantes colombianos, peruanos e de grandes traficantes de Manaus, pelo alto risco de vida que corriam; surgiu em Coari um outro personagem muito importante na ciranda financeira da cocaína, os agiotas de traficantes. Jogando um jogo perigoso, eles são verdadeiros bancos e emprestam milhões aos "empresários das drogas", ganhando uma média de 50% no motante. Tudo movimentado em espécie e estruturados numa ética que se paga com a morte. Os agiotas, "banqueiros" dos "empresários das drogas" estão cada vez mais ricos em Coari.


Na terra do gás e do petróleo tanto os "banqueiros", como os "empresários" transitam livremente nos mais diversos meios sociais e nesse ano eleitoral, que está se construíndo como uma das eleições mais caras da história do município, vão fazer uma grande diferença; quem sabe a "diferença" nas eleições. Dinheiro é com eles, o bem maior dos candidatos para comprarem os votos, comprarem mandatos!

A sociedade capitalista/consumista nos faz consumidores até das drogas, visto que, só o consumo material não satisfaz ao ser humano, o que nos resta é recorrer as drogas como forma de preencher o buraco existencial deixado pelo exagero de consumir, consumir e consumir sempre.


Em geral nos comportamos e movemos dentro desse mundo com conivência; indiferênça covarde, numa atitude de defesa e deixa pra lá, com medo da violência; até que esse mundo bata a nossa porta. Do outro lado são os projetos paliativos e o silêncio gritante das instituições, principalmente das Igrejas!



Um comentário:

Emanoel Filho disse...

Padre, vivemos a maior das contradições: A HUMANIDADE É DESUMANA! Erramos, perdemos a mão, passamos do ponto e não é só Coari, é o mundo inteiro. Somos contraditórios, hipócritas, mentirosos, cínicos, tudo em favor do ter. Note bem, mesmo numa vida comum, sem estas aberrações, de que valeria viver? Pense, uma criança nasce, cresce, estuda e se forma, vai trabalhar, paga as contas, casa, cria os filhos, morre, e daí? QUE EXISTÊNCIA BANAL? Será que não vemos que falta algo mais? SOMOS HUMANOS, SERÁ QUE SABEMOS DISTO? Sua indignação tem total razão de ser, más, a cada dia que passa noto que estamos cada vez mais desumanos!