segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cale-se/Cálice


Quarta-feira - dia 08/08, saiu a sentença de um processo que o ex-presidente da Câmara Municipal de Coari e atual vereador, Iran Medeiros, move contra mim; a juíza decidiu que devo pagar Dez mil reais por calúnia e difamação ao nobre vereador. Pra entender = questionei a eleição que Iran Medeiros foi eleito presidente da Câmara e agora eis o resultado. A lei do cala boca é forte, quem diz o que deve ser dito, paga caro!

Claro o processo é resultado de meus 5 anos e 9 meses vividos em Coari com minhas inquietações, críticas e por dizer o que devia ser dito dentro do contexto de corrupção que vivia e vive Coari. Consegui nesse tempo inquietar e enraivecer a gregos e troianos, gente dos mais diversos grupos políticos ou não; a todos que sempre quiseram engordar sozinhos, satisfazer seus egoísmos e ambições com o dinheiro público, enquanto a grande maioria dos coarienses amargam uma vida de miséria, de fome de pão, de cultura e de sonhos.

Sempre tive a certeza que queriam me calar de uma forma ou outra. Dar-me um cala boca.

A música "Cale-se" de Chico Buarque grita a cada vez que levanto uma "Cálice". O desejo enorme de ficar calado grita dentro diante da distância de tanta gente que se dizia amigo, que queria e fica falando de mudança. O que sustenta o fio fino, esticado querendo se romper são lembranças/convicções evangélicas - "não tenha medo, pequenino rebanho (Lc 12, 32a" e de velhos mestres que me ensinaram que "Solidariedade com um povo pobre e sofrido é igual a solidão".

E sigo com o versão/poesia/oração da canção de Chico = "Pai, afasta de mim esse Cálice". Esse desejo enorme de ficar em silêncio, de calar para sempre é vencido pela voz de Maria Betânia que como uma espada, canta = "porque mesmo calado ainda resta o peito... " e aqui dentro, é que de fato estão os grandes gritos daqueles que não tem voz e nem vez!


Nenhum comentário: