quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Provinciamos



A elevação do Amazonas à categoria de província em 5 de setembro de 1850, deve-se ao sonho ambicioso de João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha de se tornar a maior autoridade do norte do império, ele que era especialista na arte da puxação de saco. Foi movendo essa sua maior qualidade, fazendo poesias e sonetos ao imperador e a imperatriz que conseguiu com seus tocos versos, convencer o monarca a elevar a comarca do Alto Amazonas à província.

Em 1850 faziam 350 anos que os europeus tinham destruídos as várias províncias, todas elas riquíssimas culturalmente falando e com estilo de vida, onde a riqueza era muito mais dividida para nos fazer colônias de Portugal e Espanha. Se fazia a volta de onde tínhamos vindo e dessa vez derrotados, pois haviam roubado o que era de todos para ser de uma pequena minoria.

“No dia 5 de setembro de 1850, o Amazonas ganhou autonomia política. Deixou de ser uma simples Comarca do Pará”  e nasceu a Província do Amazonas. Porém hoje o maior interesse da população é pelo dia de folga e não pelo significado dessa elevação, que aconteceu depois de uma longa luta em defesa de nossa autonomia política.

O pior de tudo é ter deixado de sermos nós para sermos ninguém. Nas antigas províncias indígenas, antes da chegada dos europeus a vida era de um modo totalmente amazônico e integrado a floresta com seus mundos. Nas províncias portuguesas tivemos que deixar nosso modo de ser para sermos do modo deles - modo modo de falar (nossas línguas), de comer, de tomar banho, de andar, de vestir (desvertidos = nus) ...

O pior é que deixamos de ser província e sem deixarmos de sermos provincianos e continuamos sendo colonizados; pois seguimos querendo ser como as pessoas dos grandes impérios do mundo = no modo de falar ao modo de vestir, no modo de comer ao modo de pensar ... isto é, quando pensamos!


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