sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Reescrever


Faz tempo que não escrevo por aqui. Fiz promessas de ser fiel aos textos de manter o blog atualizado, nao fui fiel e tudo continuou sendo povoado por teias de aranhas. Essas mal traçadas linhas também nao significam continuidade; estão mais para sementes jogadas ao vento, quem sabe caia em algum olhar navegando por esse sítio perdido no meio da floresta Amazonica. Quem sabe.

Quando comecei a escrever em blog, no Coaripolis, corria o ano de 2004; não sabia o que escrever, copiava e colava as parcas coisitas que apareciam na mídia, nos jornais e eram, de fato, quase nada. Dizia na época: "que escrever sobre Coari, era como escavar com os dedos no alfasto quente do meio dia". Depois lentamente fomos entendendo que tínhamos que arriscar com o nosso próprio olhar sobre a realidade da terra do gás e do petróleo. O lucro, o preço a pagar foi alto, perseguicões e um processo.

Outros foram chegando, colocando na tela os seus olhares, partindo de seus interesses, escondendo a realidade; depois, vencidos pela força da grana e pela ambição que os devorou e o que restou foi o silencio!

Hoje, com a atual situação de Coari o que nos resta são pedaços de nossas histórias desperdaçados, espalhados na vida de um povo sofredor; uns com fome de pão, outros com fome de esperancas, outros de sonhos, outros de justiça, outros de sensibilidades, outros do olhar da compaição. E todos seguimos mumificados por uma realidade que nos desafia por inteiros.

Já não há caminhos feitos, tudo parece voltar ao ponto zero; precisamos refazer conceitos, revisitar nossos valores humanos e perguntar o que queremos da riqueza que habita as veias das terras coarienses?

Encarar com seriedade o que aprendemos até aqui. A certeza é que para nossa ambição nao há limites; é um dragão que nos devora, que a tudo devora e a todos devora. Aprendemos que quem critica sem está do lado de quem está com a chave no milionário cofre do Palácio 02 de Agosto, não significa que está revelando com sinceridade suas verdadeiras intenções; possa ser que seja pior do os que lá estão.

O pior de tudo é que estamos perdendo a esperança de confiar em alguém que de fato possa fazer a diferença e o diferente!

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