sábado, 28 de fevereiro de 2015

Velhas e Novas elites economicas



Vivi quase toda minha vida no Médio Solimões nas cidades de Coari, Manaus, Codajás, Manacapuru e atualmente em Anamã. Se olharmos no mapa, veremos que a localização é bem no centro do estado do Amazonas. Um mundo verde e líquido. De duras e aguadas realidades. Terras de aventureiros de muitos sonhos e de muitas riquezas.

Cresci ali pelas águas do igarapé do Espírito Santo e do lago de Coari; tomando banho e pescando. Cresci vendo barcos “geladores” subindo o rio até Tabatinga. Ouvindo suas histórias de levarem em suas caixas frigoríficas peixes lixos e baixarem com gasolina e outras mercadorias, inclusive, como diziam, a melhor e a mais rentável, a cocaína. Riquezas surgiram desse momento e hoje em Coari estão lavadas com outros negócios que disfarçam o que foram um dia.

Hoje as águas do Solimões não servem mais para levarem peixes lisos para Tabatinga; a riqueza não sobem, descem. A calha principal do Solimões é o principal corredor da cocaína que sai da região da tríplice fronteira; Brasil, Peru e Colômbia e chega até Manaus, quando chega e da capital ela segue para novos destinos, inclusive voltando para os municípios por onde passou e Coari é um desses destinos.

Quando os traficantes da área descobriram o caminho da cocaína, começaram a tramar modos de interceptar e tomar a droga para si. Afinal de contas, ladrão que rouba ladrão, merece perdão. Essas aquisições deu uma alavancada na economia de alguns traficantes que viraram fortes empresários importadores pagando a vista e em dinheiro.


Assim, nesses últimos anos está nascendo uma nova elite econômica de Coari, forte e com muitas ramificações, assim vai-se lavando riqueza, até chegar as novas gerações que não tiveram ligações com a atual situação das gerações dessas riquezas!


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