Caminhando sobre as águas

Quase todas as profissões da Amazônia, são mais que simples gestos, ações, são artes que representam a realidade, expressões marcadas pelo artista que deixa seu talento, seu suor e sangue tatuados no objeto trabalhado.
O trabalho do jovem calafetador de barco, aprendido ao longo de anos com a paciência de Jó e a repetição de infinitas vezes do mesmo gesto. Se faz necessário saber a grossura certa do material que cabe na abertura entre uma tábua e outra, depois o breu na temperatura e na quantidade que vai dar consistência na ligação da madeira, criando uma massa tão forte que seja capaz de aguentar a força das águas.
É um artesão o artista que faz essa arte, dar vida ao barco, untar os espaços vazios e dar formas reais, necessárias para fazer o milagre de andar sobre as águas.
O trabalho do jovem calafetador de barco, aprendido ao longo de anos com a paciência de Jó e a repetição de infinitas vezes do mesmo gesto. Se faz necessário saber a grossura certa do material que cabe na abertura entre uma tábua e outra, depois o breu na temperatura e na quantidade que vai dar consistência na ligação da madeira, criando uma massa tão forte que seja capaz de aguentar a força das águas.
É um artesão o artista que faz essa arte, dar vida ao barco, untar os espaços vazios e dar formas reais, necessárias para fazer o milagre de andar sobre as águas.

Esse trabalho feito nos barcos que vão a "carreira" está necessitado de trabalhadores/artistas de uma arte cada vez mais escassa, calafetar, encher o vazio para torná-lo nevagável. O desfiar, enrolar, as vezes ensopar e colocar a estopa entre a madeira, e bater, socá-lo até ficar de uma forma que dê corpo ao todo.
Faltam escolas capazes de educar os amazônidas com ferramantes que possamos mover esse mundo. Até agora só a escola da vida, o aprendizado prático, na maioria das vezes ensinado de pai para filho tem dado condições para executar os ofícios tão necessários para o trazer o pão pelas próprias mãos de quem pode fazer algo prático e funcional num mercado de trabalho tão amplo. Barcos é o que não faltam nesse planeta aquático.
A educação de nossas escolas ensinam muito mais para realidades distante das nossas. Livros e planos escolares feitos em outras regiões do país. Fazemos o ensino fundamental, médio e superior, quase sempre "terminamos" os estudos e somos ignorantes do mundo amazônico, da nossa cultura.
Havia um tempo que éramos ignorantes do mundo das escolas, nem sabíamos de sua existência; porém tínhamos total conhecimento do nosso mundo caboclo e dele sabíamos viver, e viver bem, gozando de tudo de bom que nele existe. Vieram as escolas, navegamos por outro mundo que disse que o nosso era coisa de índio, coisa de gente do mato, de caboclos. Acabamos perdendo o que tínhamos para hoje nada termos.
Não que sou contra a "escola", sem ela não poderia eu escrever neste blog; mais creio que a educação ainda precisa fazer um caminho rumo a floresta para ensinar quem é daqui a construir uma estrutura de conhecimentos que seja capaz de gerar um capital intelectual que se transforme em qualidade de vida!
Será que vamos conseguir?
Faltam escolas capazes de educar os amazônidas com ferramantes que possamos mover esse mundo. Até agora só a escola da vida, o aprendizado prático, na maioria das vezes ensinado de pai para filho tem dado condições para executar os ofícios tão necessários para o trazer o pão pelas próprias mãos de quem pode fazer algo prático e funcional num mercado de trabalho tão amplo. Barcos é o que não faltam nesse planeta aquático.
A educação de nossas escolas ensinam muito mais para realidades distante das nossas. Livros e planos escolares feitos em outras regiões do país. Fazemos o ensino fundamental, médio e superior, quase sempre "terminamos" os estudos e somos ignorantes do mundo amazônico, da nossa cultura.
Havia um tempo que éramos ignorantes do mundo das escolas, nem sabíamos de sua existência; porém tínhamos total conhecimento do nosso mundo caboclo e dele sabíamos viver, e viver bem, gozando de tudo de bom que nele existe. Vieram as escolas, navegamos por outro mundo que disse que o nosso era coisa de índio, coisa de gente do mato, de caboclos. Acabamos perdendo o que tínhamos para hoje nada termos.
Não que sou contra a "escola", sem ela não poderia eu escrever neste blog; mais creio que a educação ainda precisa fazer um caminho rumo a floresta para ensinar quem é daqui a construir uma estrutura de conhecimentos que seja capaz de gerar um capital intelectual que se transforme em qualidade de vida!
Será que vamos conseguir?
Um comentário:
o conhecimento popular, é e deve ser respeitado, é o caboclo que conhece os segredos da mata, das plantas medicinais, sabe da lei do reflexo na água, pois quando vai flechar o peixe ele sabe que tem que ter um desconto se não jamais vai acertar o alvo, isso ele aprendeu sem estudar a física, o conhecimento de armação de embarcações, nenhum engenheiro faz sem os estudos, os conhecimentos náulticos, ciclo das águas a força das fases lua etc. nenhum Drº consegue superá-los, foi a vida, o contado desde menino que ensinou o ribeirinho a ser o DOUTOR dos segredos da natureza e do conhecimento popular, uma pena que muitos estão deixando que tais conhecimentos se percam. É hora de nao deixarmos isso acontecer faça a suas parte.
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