Juriti - Pará

Ontem de manhã desembarquei na primeira cidade do estado do Pará, isto, entrando pelo Rio Amazonas (nosso Solimões), Juriti. O "porto", uma simples balsa não representa a cidade, mas, demonstra a cara da maioria de nossas cidades. O abandono e o descuido fazem parte da paisagem, sujeira e o a ladeira no barro vermelho. O sol inclinado endurecendo o barro, minha sorte, se o dia fosse chuvoso não seria muito fácil encarar a subida. O portal da cidade feito para dar as boas vindas aos visitantes pela ocasião do Festribal em julho, segue o porto, desbotado e abandonado.

Gripado e com a garganta arranhando, procurei abrigo para tomar um bom banho e descansar. Após o almoço, tomei uns remédios e procurei a rede. Foi uma tarde de sol forte. Tirar um cochilo foi a forma que encontrei para fugir do clima escaldante. Como toda cidade da Amazônia, as pessoas desaparecem após o almoço para ir saindo de seus refúgios depois das quatro horas. Fui no ritmo da cidade e esperei o "sol baixar" para conhecer um pouco a cidade.

A cidade com cerca de 48 mil habitantes, IBGE 2010, não tem muitos atrativos, como toda cidade da Amazônia parece andar no ritmo do rio e sua paisagem natural. Depois de ter caminhado pela ruas no fim da tarde de ontem e hoje de manhã, no meu simples modo de olhar a realidade, vou percebendo o quanto nossos municípios são marcados pela pobreza, miséria e péssima condições de saneamento e educação. Realidades constituídas e queridas por nossas elites econômicas e políticas. Perversa realidade.

O povo marcado por uma economia ancorada nos trabalhos da estrutura municipal, estadual e federal, aqui um pouco mais nas entradas da Alcoa (falo noutro post), tirando esses postos de trabalho sobra os bicos, pequenos agricultores, trabalhaodres das fazendas, pescadores e outros pequenos "trabalhos/serviços", modos de tocar a vida.

Com certeza é aprender na simplicidade da vida, as cores e os pequenos caminhos da felicidade, alimento da esperança humana para o bem viver. É o que desejo ao povo dessa simples cidade para nunca perder a chama que mantém o ser humano com o imenso senso de resistência a todo tipo de exploração, principalmente os pobres!